2019 é agora!

Era uma vez, o mês de agosto, tratado pela cultura popular como o “mês do cachorro louco”, período sobre o qual recai o ditado popular português “casar em agosto traz desgosto”. Agosto, do latim Augustus, é o oitavo mês do calendário gregoriano. É assim chamado por decreto em honra do imperador César Augusto, que viveu um período conhecido como Pax Romana (Paz Romana).

O tal Augusto diminuiu as guerras romanas, aumentou consideravelmente o Império Romano e, o mais importante para nosso tema, reformou o sistema romano de tributação, desenvolveu redes de estradas e reconstruiu grande parte da cidade durante seu reinado.

Então, a etimologia de “agosto” é muito mais animadora do que os tais ditos populares. Logo, eu prefiro acreditar que o mês de agosto e ótimo para anunciar e realizar grandes obras.

Colocando o mês de agosto no seu devido lugar, a cidade de São Paulo recebeu uma ótima notícia no final do fatídico mês, o anúncio da celebração de um acordo entre a Prefeitura, a AES Eletropaulo e empresas de telecomunicações para enterrar trechos de fiação exposta da cidade, eliminando assim os postes.

Este anúncio apresenta-se como sendo um marco histórico, pois, apesar dos inegáveis e inúmeros benefícios do uso da infraestrutura urbana de forma enterrada, não havia até o momento chegado a um acordo de forma prática e metas definidas para realizar o enterramento da rede.

Por se tratar de um tema regulamentado pela esfera federal, a própria Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) tem colocado essa discussão na mesa nos últimos anos, tanto que já promoveu seminários sobre o tema. Em 2016, a Agência realizou uma audiência pública para aprimorar a regulação do investimento em rede subterrânea, porém nenhuma das ações já realizadas gerou frutos concretos.

Em função desse cenário, a iniciativa municipal, juntamente com a AES Eletropaulo e as empresas de telecom, é louvável, especialmente, considerando que se trata de uma ação perene.

Sob esse ponto, é interessante explorar um aspecto importante de planejamento. No passado, as ações pontuais de enterramento de rede não contavam com o alinhamento entre empresas de energia elétrica com empresas de telecomunicações, tanto que existem ruas em que apenas a infraestrutura elétrica está enterrada e a rede de telecomunicação exposta.

Inclusive as localidades anunciadas pela prefeitura de São Paulo que terão os postes eliminados são predominantemente locais onde a rede elétrica já está enterrada, porém, a infraestrutura de telecomunicações permanece instalada de forma aérea.

Apesar de o objetivo apresentado representar uma ação permanente de enterramento da rede, apenas foram apresentadas ações para início em 2017 e término em 2018, que representa o trecho com escopo de trabalho menor, em que as ações de enterramento da rede estarão concentradas na parte de telecomunicações, pelo fato de a rede elétrica já estar enterrada.

O ponto de atenção é que o passo seguinte, que seria realizado em 2019 com o enterramento da fiação de trechos que precisa contemplar rede elétrica e de telecomunicações, requer uma fase prévia de planejamento, projeto, compra de materiais e obtenção de autorizações, tais ações necessitam de cerca de um ano de antecedência para início das obras.

Considerando que já estamos no final de 2017, para início da próxima etapa de enterramento das redes em 2019, é necessário o início das ações neste momento, entretanto, nenhum movimento ainda foi anunciado neste sentido.

Para quem não está habituado com este tipo de obra, pode considerar algum exagero de minha parte, porém, é importante considerar a necessidade de realizar todo o projeto detalhando como será feita a construção da infraestrutura. Em seguida, é necessário fazer alinhamento com os departamentos de meio ambiente, urbanístico e a companhia de trânsito para obter as aprovações necessárias para a realização do trabalho – sem esquecer-se das adequações nos centros de medições de cada unidade de consumo.

Toda essa etapa de projeto e de aprovações deve ser feita de forma conjunta entre as empresas de eletricidade e de telecomunicações, o que impõe uma elevada complexidade, pois cada empresa apresenta seu modo de operação e governança independentes. Tendo em vista a complexidade da obra, essas autorizações podem demandar alguns meses. Os materiais empregados neste tipo de obra também exigem tempo elevado para entrega, principalmente se envolver importação.

Portanto, 2019 é agora, para que essa ação gere o resultado esperado, de um plano constante de enterramento de rede, não ficando localizado em pequenos trechos da cidade. É importante ficar atento não apenas à etapa inicial que está concentrada onde a rede elétrica já está enterrada, mas também na próxima etapa que envolve toda a infraestrutura.

O imperador Augusto agradece!

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