Estamos no momento de celebrar e reverenciar a França por se destacar no cenário mundial frente a muitos países. Como o futebol é um esporte que desperta paixões, antes que vocês sintam um desconforto na cadeira ao ler esta coluna, me permitam esclarecer que não estou falando da vitória da França sobre a Croácia na final da copa do mundo de 2018, mas sim de um grande evento que a França sediará entre os dias 26 e 31 de agosto, o Cigré Session 2018.
Para quem não conhece, o Cigré é uma instituição não governamental quase centenária, que tem como objetivo facilitar a troca de experiências e conhecimento entre profissionais de diversos países nos ramos de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica.
O Cigré Session 2018 contará com mais de 3.200 delegados internacionais e cerca de 6.000 visitantes de 93 países para debater sobre as mais recentes tecnologias empregadas no setor elétrico. O nosso país estará presente através do Cigré-Brasil com mais de 100 especialistas, participando deste grande evento. Essa troca de experiência é muito rica, pois permite que toda a comunidade se beneficie dos avanços tecnológicos obtidos pelos profissionais especialistas em todo o mundo.
A oportunidade de escutar, refletir e discutir com os principais agentes do mundo gera conhecimento e forma um círculo virtuoso, pois à medida que surge uma ideia para resolver um problema pode despertar a solução para outro problema semelhante. Esse é um dos processos criativos que fomentam as inovações incrementais.
O Cigré possui um caráter abrangente no setor elétrico com diversos comitês de estudos (Study Committee). Como esta coluna é dedicada às redes subterrâneas de energia, e sendo os cabos elétricos isolados elementos fundamentais para estas redes, quero dar destaque ao Comitê de Estudos de Cabos Isolados – B1, (Study Committee – Insulated Cables). Este comitê trata da teoria, design, aplicações, fabricação, instalação, testes, operação, manutenção e técnicas de diagnóstico de cabos isolados de média, alta e extra alta tensão. No Brasil, ele é brilhantemente coordenado e secretariado pela engenheira Nadia Helena e pelo engenheiro Eduardo Karabolad, respectivamente.
O nosso Comitê B1 – Cabos Isolados do Cigré Brasil –, nos últimos anos, tem se destacado nos grupos de trabalho com contribuições significativas e este ano estaremos presentes em Paris no Cigré Session 2018. Dentro deste comitê existem grupos de trabalhos, dos quais eu gostaria de destacar dois deles: o grupo de diagnóstico e outro grupo de localização de falha. Estes grupos congregam especialistas de todo o mundo e eu tenho a honra de ser o representante brasileiro em ambos.
O grupo de trabalho de localização de falhas está chegando ao final. Iniciamos as atividades em 2015 e a brochura técnica contendo as melhores práticas internacionais para fazer a localização de falhas em cabos isolados de média, alta e extra alta tensão está nos detalhes finais. Foi enriquecedor participar durante este tempo juntamente com outros especialistas no mundo, analisando, discutindo e contribuindo para formatarmos um documento robusto que será a base da localização de falhas para muitas normais em diversos países.
Já o grupo de trabalho que trata de diagnóstico em cabos isolados de média tensão está com seus trabalhos a pleno vapor. Assuntos como tangente delta, descargas parciais e análise na blindagem são matérias de discussão e aprendizado. O grupo é formado por especialistas de mais de 20 países, sendo a coordenação a cargo do representante da Suíça.
Portanto, quando toda a comunidade troca conhecimento do que cada um tem de melhor, todos ganham. É exatamente esse o espírito desse evento que participarei e que trarei para vocês em primeira mão, na próxima coluna, os aspectos mais relevantes tratados. Vive la France!
Uma resposta
Estou ansioso em ler a próxima coluna para saber os destaques do que foi discutido neste evento, uma ótima viagem e que traga muitas novidades.