Ed. 61 – Fevereiro de 2011
Por Juliana Iwashita
Muito vem se falando dos Leds para iluminação. Sua alta eficiência luminosa, elevada vida útil e ausência de componentes nocivos como mercúrio vêm atraindo cada vez mais especificadores e clientes finais preocupados com a conservação de energia e o meio ambiente.
No mercado atualmente observa-se uma infinidade de produtos. Estão cada vez mais comuns lâmpadas de Leds, as populares lampleds para substituições diretas de incandescentes, dicróicas, halógenas refletoras e fluorescentes tubulares. Porém, são as luminárias, especialmente projetadas com esta fonte luminosa, os produtos que oferecem maior eficiência e vida útil por possuírem maior área e dimensionamento para dissipação de calor.
Entretanto, o desconhecimento da nova tecnologia e a presença de muitos fornecedores dificultam a identificação dos produtos de qualidade pelos compradores e usuários finais.
Questões como procedência e qualidade do Led, eficiência luminosa, vida útil real, variação da temperatura de cor e dados elétricos, como fator de potência, distorção harmônica e eficiência da fonte de alimentação são raramente informados pelos fornecedores e podem ocultar futuros problemas nas instalações.
A ausência atual de uma normalização brasileira específica para produtos de Leds também dificulta o processo, embora se encontre em andamento trabalhos normativos específicos para luminárias públicas e equipamentos para Leds junto ao Comitê Brasileiro de Eletricidade, Eletrônica, Telecomunicações e Iluminação (Cobei) e à Associação Brasileira da Indústria de Iluminação (Abilux).
Constata-se assim um cenário atual com usuários almejando usar a tecnologia, grande oferta de produtos, porém, com pouco respaldo técnico. O resultado é a grande probabilidade de casos mal sucedidos em função da busca orientada a preços baixos.
A iluminação a Led é realidade atual para diversas aplicações, principalmente quando substitui lâmpadas pouco eficientes como incandescentes e halógenas. Para aplicações profissionais já existem soluções tão eficientes quanto sistemas para fluorescentes, porém, o custo ainda permanece alto se analisarmos sob o ponto de vista do retorno do investimento inicial.
A tendência, no entanto, é uma penetração cada vez maior da tecnologia em função da projeção da redução do custo dos componentes e do aumento da eficiência luminosa dos Leds. Observa-se anualmente uma redução de cerca de 20% na relação custo por fluxo luminoso (R$/lm).
Atualmente, a eficiência do chip de Led branco frio chega a 130 lm/W. E como pode ser analisado no Gráfico 1, a tendência para evolução da tecnologia é rápida e progressiva. Estima-se que em 2020 a eficiência do Led branco frio supere 200 lm/W. Comparando com a eficiência de 100 lm/W das lâmpadas fluorescentes tubulares mais eficientes atualmente, concluímos que a iluminação a Led realmente tem mercado atual e cada vez mais no futuro, quando a relação custo benefício se tornar mais atrativa.
Vantagens:
– Vida útil maior do que as lâmpadas convencionais;
– Menor manutenção;
– Maior robustez mecânica;
– Menor risco de choque elétrico;
– Emissão de luz monocromática, dispensando a utilização de filtros;
– Ausência de radiação ultravioleta e infravermelha;
– Ausência de mercúrio ou outros elementos agressores ao meio ambiente;
– Possibilidade de utilização com eficiência em baixas temperaturas;
– Permite efeitos e composição de luz (RGB);
– Pode ser dimerizado.
Desvantagens:
– Custo de aquisição ainda é elevado;
– Liberam a potência dissipada em forma de calor;
– Muitos produtos no mercado sem qualidade
– Ainda não existe uma normalização brasileira que permita uma classificação correta do produto e das fontes de alimentação.
Gráfico 1: Roadmap da eficiência luminosa da tecnologia Led branco