Neste mês de dezembro, o Brasil alcançou a marca de 16 gigawatts (GW) de capacidade em geração própria de energia elétrica, também chamada de Geração Distribuída (GD). O resultado, puxado pela energia solar, conta também com a evolução de fontes complementares, como o biogás, a biomassa, a energia eólica, a energia movida a potencial hidráulico e a cogeração a gás natural.
Outro importante marco alcançado pela GD neste mês é a quantidade de consumidores que geram sua própria energia: o Brasil ultrapassou 1,5 milhão de usinas de microgeração e minigeração distribuídas pelo País e deve, até o final de 2022, chegar a 2 milhões de unidades consumidoras (UCs) que utilizam a geração distribuída no país. Cada UC representa a casa de uma família, um estabelecimento comercial ou outro imóvel abastecido por micro ou miniusinas, todas elas utilizando fontes renováveis.
Ao longo de 2022, a GD se consolidou como a modalidade de energia que mais cresce no Brasil e deve finalizar o ano com praticamente o dobro da capacidade que tinha em janeiro. Definitivamente, 2022 é o ano da geração própria de energia elétrica – uma alternativa acessível, limpa e renovável. Entre os cerca de 2 milhões de consumidores beneficiados, a maioria (47,9%) dos projetos é do grupo residencial, seguido pelo consumo comercial (29,1%), rural (14,5%) e industrial (6,9%).
A geração própria de energia ajudou a colocar a fonte solar na terceira posição da matriz elétrica nacional: cerca de 2/3 da potência dessa fonte vem da geração distribuída, em telhados ou projetos de minigeração, contra 1/3 de geração centralizada (as fazendas solares de grande porte). A expectativa é de que a GD cresça mais 0,5 GW de capacidade na fonte solar ainda em 2022, empurrando-a para o segundo lugar na matriz. Projetos de geração de energia para consumo próprio a partir do biogás ou da biomassa também vêm crescendo e apresentam grande potencial – especialmente no interior do Brasil.
A evolução da geração própria de energia passa principalmente pelos benefícios oferecidos por essa modalidade, em diferentes aspetos. Para os consumidores, a GD se tornou uma alternativa para garantir previsibilidade e baixar custos, além de contribuir com a transição energética. Em relação ao sistema elétrico nacional, a geração própria de energia reduz custos de transmissão e distribuição e contribui para a segurança do sistema, além de utilizar fontes renováveis.
Autor:
Por Guilherme Chrispim, presidente da Associação Brasileira de Geração Distribuída (ABGD)