Edição 67 – Agosto de 2011
Por Juliana Iwashita
Durante a semana de 10 a 15 de julho, os principais pesquisadores e profissionais internacionais de Iluminação estiveram reunidos para apresentar trabalhos e discutir os principais temas relacionados à ciência, tecnologia e arte da iluminação no 27º Encontro Quadrienal da Comissão Internacional de Iluminação (CIE), realizada em Sun City, na África do Sul.
Dos diversos assuntos tratados no encontro, o destaque ficou por conta do Led na iluminação. Por ser uma tecnologia recente, o Led torna-se centro de muita discussão em relação a processos de medição, normalizações, pesquisas relacionadas à visão mesópica, impactos fisiológicos e aspectos relacionados à qualidade da iluminação interna e reprodução de cor.
Em diversas ocasiões observou-se uma inquietação em relação a diversos pontos relacionados à necessidade de uma definição mais rápida para lançamentos de documentações técnicas, no sentido de assessorar todo o meio científico e da indústria de iluminação.
A necessidade da indústria na definição de parâmetros e subsídios de estudos está sendo levada em conta pela CIE, por meio do Global Lighting Forum (GLF), que reúne atualmente dez associações de fabricantes de iluminação, representando mais de cinco mil fabricantes e mais de U$50 bilhões de vendas anuais. São integrantes do GLF: ABILUX (Brasil), CALI (China), ELCOMA (Índia), ELC (Europa), JELMA (Japão), JLA (Japão), LCA (Austrália), NEMA (Estados Unidos), TLFEA (Taiwan) e CELMA (Europa).
A CIE
A CIE é uma organização voltada à cooperação internacional e troca de informações entre seus mais de 40 países membros. É responsável pela elaboração das principais publicações técnicas da área de iluminação, desenvolve padrões e procedimentos básicos de metrologia, e interage com os organismos internacionais responsáveis pelas normalizações nacionais e internacionais, no que se refere à ciência, tecnologia, padronização e arte da iluminação.
O trabalho da CIE é segmentado em sete divisões, a saber: Divisão 1: Visão e cor; Divisão 2: Medições físicas; Divisão 3: Iluminação interior; Divisão 4: Iluminação para transporte; Divisão 5: Iluminação exterior; Divisão 6: Fotobiologia e Divisão 8: Tecnologia de imagem. Cada uma dessas divisões possui cerca de 20 Comitês Técnicos, responsáveis pelo estudo de questões específicas e fundamentais para os diversos tipos de aplicações de iluminação.
Os padrões e relatórios técnicos desenvolvidos por essas divisões internacionais são aceitos em todo o mundo e podem gerar normas internacionais, como é o caso da ISO 8995/CIE S 008-2001 Lighting of indoor work places, que está sendo usada como referência internacional para revisão da ABNT NBR 5413: Iluminância de interiores.
A CIE é considerada a autoridade máxima na área da iluminação, sendo atualmente reconhecida pela ISO – International Organization for Standardization e pela IEC – International Eletrotechnical Commission, como uma organização internacional de caráter normativo. Atualmente o Brasil é representado na CIE pelo INMETRO, que gerencia a CIE Brasil.
Apesar de pouco atuante nos Comitês Técnicos, o Brasil esteve presente no Encontro com uma delegação de cinco representantes – Paulo S. Scarazzato (USP/Unicamp), Claudia N. D. Amorim (UB), Denis F. Souza (Unicamp), Antonio Ferreira (IPT) e Juliana Iwashita Kawasaki (Itaim Iluminação), sendo apresentados os seguintes trabalhos:
- Amorim, C. N. D. et al. Architectural Variables and its Impact in Daylighting: Use of Dynamic Simulation in Brazilian Context
- Amorim, C. N. D. et al. Comparison of International Standards and Regulations: subsidies to the discussion of New Brazilian Lighting Standard
- Ferreira Jr., A. F. G. et al. High Illuminance Intercomparison using a Characterized FEL Lamp Type Source
- Scarazzato, P. S., Souza, D. F. HDR Images in the Study of Sky Vault Luminance Distribution and Identification of Prevailing Sky Types
A intenção da CIE é, com subsídio e necessidades do GLF, gerar documentação técnica através de seus Comitês Técnicos, que posteriormente possam se tornar normas internacionais através da ISO.
Procurarei abordar nas próximas colunas, alguns tópicos considerados relevantes nas discussões ocorridas no encontro da CIE.