Práticas sustentáveis aumentam a cada dia

Edição 69 / Outubro de 2011
Por Juliana Iwashita

A onda de edifícios verdes vem aumentando a cada ano no Brasil. Observa-se que a construção sustentável vem crescendo muito em função da busca por certificações ambientais de edificações como Leed, AQUA e Procel Edifica. Embora a sustentabilidade e a economia de energia estejam por trás dessas certificações, são os ganhos em valor agregado do edifício e a economia em dinheiro durante a vida da edificação que motivam os empreendedores a buscarem tais certificações.

O Leed (Leadership in Energy and Environmental Design) lidera as certificações no Brasil. Com mais de 302 projetos registrados apenas neste ano, o Brasil é o quinto país com mais projetos Leed submetidos à avaliação ambiental, perdendo apenas para os Estados Unidos, Emirados Árabes, China e Canadá. A Figura 1 ilustra o rápido crescimento dos projetos Leed registrados no Brasil.

Figura 1 – Crescimento dos projetos Leed registrados no Brasil. Fonte: USGBC

A iluminação, responsável por 19% de todo o consumo de energia no mundo, é um dos usos finais mais importantes a ser considerado. A redução da potência instalada de iluminação, por meio do uso de equipamentos mais eficientes, e os sistemas de controle com automatização são as estratégias mais utilizadas para atender aos requisitos das certificações.

Soluções mais arrojadas, entretanto, começam a aparecer em função de demandas mais exigentes. Experiências com fontes de energia renovável estão se tornando cada vez menos raras, em função da Diretiva Européia de Desempenho Energético de Edifícações, que determina que, a partir de dezembro de 2020, todos os novos edifícios sejam edificações de energia quase zero (Nearly Zero- Energy Buildings).

‘Nearly zero-energy building’ significa um edifício que tem um desempenho energético muito elevado, seguindo critérios estabelecidos pela Diretiva. A quantidade quase zero ou muito baixa de energia necessária deve ser gerada significativamente por energia proveniente de fontes renováveis??, produzida localmente ou nas proximidades.

Um exemplo interessante de solução são fachadas integradas que geram energia fotovoltaica e possibilitam visão exterior com conforto térmico e visual –  proteção de radiação solar e otimização da entrada de iluminação natural. As fachadas integram-se ainda com os sistemas de iluminação artificial eficientes com o intuito de economizar energia através do uso da iluminação natural e da dimerização da artificial. As figuras 2 e 3 ilustram um estudo prático que visa a viabilizar as técnicas e o desenvolvimento comercial de uma solução de fachada integrada com a participação de diversas empresas européias: Behnisch Architekten, Transsolar Climate Engineering, Sunway AG, Okalux, Büfa, LTG da Alemanha e Bartenbach Lichtlabor e Zumtobel Lighting da Áustria.

 Figura 2 – Imagem da esquerda mostra fachada com vista externa: otimização da vista e geração de energia fotovoltaica.

Figura 3 – Vista interna: penetração da iluminação natural e integração com a iluminação artificial.

 No Brasil, o primeiro edifício com o conceito de “Zero-Energy Building” está sendo projetado na Universidade de São Paulo, coordenado pelos professores Marcelo Romero e Alberto Hernandez Neto. Depois de construído, o prédio abrigará o Centro de Estudos do Clima e Ambientes Sustentáveis (Cecas), que terá três principais setores: o Centro de Ciências da Terra e do Meio Ambiente, a Rede de Mudanças Climáticas e o Laboratório de Modelos para Sustentabilidade das Construções.

Para atingir o objetivo, o edifício otimizará os recursos naturais para iluminação e resfriamento e terá tecnologia de ponta, como sensores de gás carbônico e painéis fotovoltaicos.

Em junho de 2012 espera-se que na Rio+20, Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável que ocorrerá após 20 anos da Conferência Rio 92, sejam feitos acordos políticos para renovar o compromisso internacional pelo desenvolvimento sustentável, avaliar o progresso alcançado nos últimos 20 anos e identificar as lacunas de implementação dos resultados.

Com isso, a temática deve ganhar mais espaço e a onda pela redução das emissões de gases de efeito estufa tende a aumentar ainda mais. A integração da arquitetura, geração de energia renovável e o aproveitamento máximo dos recursos naturais para o conforto ambiental devem se tornar cada vez mais objetos de experiências no futuro. O desafio maior, entretanto, é otimizar os custos iniciais de construção e  os custos de operação e manutenção do edifício durante sua vida.

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