Já há algum tempo não me apresento mais como engenheiro consultor. Em minha opinião essa palavra vem sendo utilizada de forma tão incorreta e banal que denigre a reputação de quem a usa.
Pessoas que antes honradamente trabalhavam como instaladores, orçamentistas, desenhistas etc., trocaram a honradez e o título do seu cartão de visitas, nada mais, e passaram a entender magistralmente de assuntos onde, até então, batiam à porta de entrada.
São artigos e mais artigos escritos (quase vomitados) nas mídias sociais com técnica questionável e sem o mínimo cuidado com a gramática. Simplórias situações apresentadas por aqueles que não conhecem o assunto sobre o qual estão escrevendo. Repetem frases ouvidas no mercado torcendo para que estas se encaixem na situação do momento.
Esse advento seria desprezável se os consumidores não procurassem sempre o menor preço, sem se importar com a qualidade dos serviços prestados, porém, ao contratarem o mais barato fomentam esse mercado paralelo, incentivam a existência desse “profissional falsificado” e colaboram para a insegurança e o risco de dano à vida, às instalações e aos equipamentos.
A solução é a educação, com a consequente substituição da equação “perde x ganha” pela “ganha x ganha” onde naturalmente o mau profissional não teria espaço, pois não haveria valores baratos a serem perseguidos, mas sim condições justas e valorização da boa prática da engenharia.
O Brasil está a anos-luz disso.