Por terem origem em simulações de computador, as Curvas Sintéticas de Resistividades Aparentes, se diferem das que são obtidas a partir de medições de campo. Estes modelos teóricos podem ser concebidos a partir de mera conjectura, ou de modelos reais, resultantes de campanhas de campo com eventuais ajustes.
Os modelos geoelétricos, obtidos a partir de curvas de resistividades aparentes resultantes de campanhas de campo, requerem a solução de um problema dito inverso, em que se têm a entrada (correntes injetadas no solo) e a saída (tensões resultantes) do problema, sendo o objetivo a obtenção do modelo. As curvas sintéticas seguem a linha direta de cálculo, em que são conhecidas as correntes injetadas no solo e o modelo, calculando-se, então, as tensões obtidas, que quando divididas pela corrente, resultam nas resistências aparentes. Este último cálculo é biunívoco, o que significa que se fizermos a inversão da curva sintética, será obtido exatamente o modelo considerado.
As curvas sintéticas podem ser usadas para a validação dos algoritmos de cálculo, no desenvolvimento de software e de novas técnicas de modelagem. Podem também ser usadas para validar dados levantados no campo, contribuindo para a interpretação dos modelos geoelétricos.
Neste aspecto, as curvas sintéticas são muito úteis para estudos de variação paramétrica, para avaliação da sensibilidade do modelo até alterações nos seus parâmetros, especialmente quando se quer combinar diferentes informações e tipos de sondagens geofísicas, como perfilagens de poços com sondagens Wenner ou Schlumberger. Ou ainda, para considerar alterações de camadas do solo, devido a terraplanagem ou chuvas, por exemplo. Finalmente, as curvas sintéticas são úteis como recurso educacional, substituindo as sondagens geoelétricas na avaliação de modelos geoelétricos teóricos.