Essa coluna foi redigida em 05 de junho, o “Dia Mundial do Meio Ambiente”. Na semana anterior, em 29 de maio, vivemos o “dia nacional da energia”. Os temas são intimamente relacionados na descarbonização da matriz energética.
O volume de informações sobre a descarbonização da matriz energética é enorme, com diversas publicações com conceituações por vezes distorcidas, incompletas e equivocadas, notadamente nas questões relacionadas às fontes renováveis de energia em usinas ou em sistemas de geração distribuída.
Os aspectos da eletrificação de meios de transportes, além dos já existentes, trens e metrô, como os veículos elétricos, sejam automóveis, caminhões, ônibus, bicicletas, patinetes e afins, devem levar em consideração uma outra temática: os sistemas elétricos de alimentação e de potência, que respondem pela conversão e transmissão dessa energia entregue a esses veículos.
O assunto relativo à redução do fator de potência em instalações com GD em média tensão foi aqui tratado e os artigos podem ser recuperados nos links:
Para a manutenção de níveis aceitáveis de tensão e atendimento ao módulo 8 do Prodist, a infraestrutura das distribuidoras de energia deve estar adequada para a conexão das GD’s, sejam elas de qualquer concepção, e para tal, investimentos são necessários.
O suprimento em baixa tensão nas redes dessas distribuidoras para consumidores residenciais e comerciais de pequeno porte, possui, na maior parte dos casos, transformadores de distribuição de até 150 kVA, insuficientes para permitir o fluxo reverso da energia gerada nas redes de distribuição por esses consumidores, quando equipados com sistemas fotovoltaicos em horários de insolação máxima. A não adequação ocasionará sobretensões e, com menor frequência, distorções de tensão associadas.
As questões relativas ao carregamento de veículos elétricos, estão também associadas às capacidades das infraestruturas das distribuidoras de energia, em alimentação em média ou baixa tensão. Também possui relação com a infraestrutura das edificações e suas instalações elétricas, suas demandas atuais, futuras projetadas ou a serem projetadas, onde os veículos serão carregados. Adicionalmente, o corpo de bombeiros do Estado de SP, emitiu, recentemente, uma normalização com novas exigências relativas à segurança para carregadores em condomínios.
No caso de carregadores de grande porte, aplicáveis em ônibus e caminhões, com potências dos equipamentos da ordem de 120 a 180kW, em tensão contínua (DC), será necessário o incremento da infraestrutura das garagens, com novas subestações e automação para controle da carga. As distribuidoras terão que adequar seus circuitos de distribuição e transmissão para suprimento das novas subestações que serão construídas.
A nossa criatividade com a composição das diversas fontes na operação das cargas, associadas ainda às baterias que, em maior volume, irão compor as estratégias da operação, parecem ser o caminho. Somente um planejamento sério, que inclua investimentos e competência de todos, manterá as rodas girando.
Sobre o autor:
Por: Eng José Starosta – Diretor da Ação Engenharia e Instalações Ltda – [email protected]