Nesta quarta-feira (18/9), a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) aprovou a solicitação da empresa ISA CTEEP para a implementação de projeto com tecnologia FACTS (Flexible Alternating Current Transmission Systems, que em português significa Sistemas de Transmissão de Corrente Alternada Flexíveis) do tipo do tipo smart valves no sistema elétrico nacional. A cerimônia de assinatura foi realizada na sede da Agência, em Brasília.
A tecnologia gera maior flexibilidade e estabilidade ao sistema de transmissão, ao redirecionar o fluxo de energia dos circuitos sobrecarregados para os mais ociosos, evitando a necessidade de obras convencionais, como reconstrução de linhas de transmissão. A iniciativa visa contribuir com a transição energética ao permitir rápida integração de fontes renováveis ao sistema elétrico.
Para o diretor-geral da ANEEL, Sandoval Feitosa, o uso de novas tecnologias faz parte da agenda da Agência e renova o compromisso com a evolução do setor.
“A agenda da ANEEL é de modernização, digitalização e utilização de novas tecnologias, por isso a importância da autorização para que a ISA CTEEP instale dispositivos FACTS, com base na nova tecnologia SSSC, para controle de fluxo de potência, ação pioneira no País. Temos a convicção de que essa nova tecnologia permitirá uma otimização do sistema de transmissão, com postergação de investimentos, menor custo global de alternativas e possibilidade de uso dos equipamentos em outras localidades do sistema. A Autorização emitida hoje renova o compromisso da ANEEL com a evolução do setor, para assegurar a contínua inserção de fontes renováveis, reforçando a contribuição do setor elétrico na transição energética”, destacou Sandoval.
Rui Chammas, diretor-presidente da ISA CTEEP, afirmou: “estamos muito orgulhosos em sermos pioneiros no uso da tecnologia FACTS do tipo M-SSSC no setor elétrico nacional, contribuindo com uma rede mais flexível e pronta para a inserção cada vez maior de fontes de energia renováveis. Temos certeza de que esse pontapé abrirá o caminho para a aplicação de outras tecnologias que beneficiarão a sociedade. E isso só foi possível graças ao apoio fundamental da EPE, do ONS, do MME e da ANEEL”.
Os estudos do projeto foram realizados pela empresa em conjunto com a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e o Operador Nacional do Sistema (ONS). A previsão é que seja instalado temporariamente no primeiro semestre de 2025 na subestação Ribeirão Preto, devido a demanda industrial por energia elétrica na região, e depois será transferido permanentemente para as subestações Votuporanga e São José do Rio Preto (SP) em 2027.
Durante a cerimônia a superintendente de Concessões, Permissões e Autorizações dos Serviços de Energia Elétrica, Ludimila Lima, destacou a importância de trazer tecnologias como esta para o Brasil.
“A empresa nos procurou trazendo essa proposta de solução. A gente prontamente entendeu a importância de ter essa tecnologia aqui no Brasil, considerando toda a complexidade do nosso sistema elétrico, principalmente com a entrada das fontes renováveis e a com a grande demanda de investimentos”, afirmou a superintendente.
O investimento estimado é de cerca de R$ 75 milhões para a primeira fase na região de Ribeirão Preto, com custo adicional de R$ 15 milhões para o transporte e a instalação permanente dos equipamentos na segunda fase, contemplando a região de Votuporanga e São José do Rio Preto.