A transição energética e a confiabilidade

Os desafios de continuar o desenvolvimento econômico global, disseminar conforto e bem-estar com todas as benesses da tecnologia, tem um custo altíssimo, mas que nós, seres humanos, estamos absolutamente dispostos a pagar. Entretanto, a confiabilidade dos equipamentos elétricos tem sido cada vez mais exigida, visto que os sistemas são todos interconectados e a informação precisa estar disponível em tempo real.

Como falamos na edição anterior, a classificação TIER é um tipo de certificação que visa atestar o desempenho e a confiabilidade de infraestruturas de data centers. O conjunto de normas (ANSI/TIA/EIA-942) define parâmetros mecânicos, elétricos, arquitetônicos e de comunicação para a melhor execução de data centers. A classificação TIER é independente de porte (variando de 1 a 4, em ordem crescente de performance), atestando pontos como disponibilidade e desempenho para nortear os investimentos das empresas. Naturalmente, quanto mais alto o TIER, mais robusta a infraestrutura dos data centers, o que demanda instalações elétricas muito mais sofisticadas.

Entretanto, interrupções e falhas técnicas importam mais do que nunca. Falhas e tempo de inatividade têm consequências reais. É por esse motivo que é importante que as empresas quantifiquem e monitorem métricas relacionadas ao tempo de atividade, ao tempo de inatividade e à rapidez e à eficácia com que as equipes resolvem os itens. 

As formas mais comuns de avaliação são MTBF (tempo médio antes da falha), MTTR (tempo médio para recuperação, para reparos, de resposta ou para a resolução), MTTF (tempo médio sem falhas) e MTTA (tempo médio para confirmação), que são índices concebidos para entender quantas, com que frequência, magnitude e nível de comprometimento da disponibilidade os incidentes ocorrem e são solucionadas. Com base no critério da disponibilidade e qual a contingência e redundância necessárias para cada sistema, escolhe-se a topologia da instalação. 

Ainda assim, do ponto de vista dos quadros elétricos, estes são submetidos aos ensaios de tipo previstos nas normas NBR-IEC-62271-200 (para conjuntos de manobra e comando acima de 1kV) e na NBR-IEC-61439-1 (para conjuntos de manobra e comando em baixa tensão. Estes ensaios pretendem avaliar o projeto e a fabricação dos conjuntos para maximizar sua disponibilidade. Através de métodos estatísticos, as normas estabelecem ensaios que garantem altos níveis de probabilidade de falhas não ocorrerem.

Somados os conceitos de redundância, contingência, tempo de reparo, tempo médio entre falhas e probabilidades de falhas não ocorrerem, podemos estabelecer os melhores projetos com os custos mais adequados a cada instalação, não entregando aos sistemas, nem mais nem menos do que o necessário para uma operação adequada.

Sobre o autor:

Nunziante Graziano é engenheiro eletricista, e diretor da Gimi Pogliano Blindosbarra Barramentos Blindados e da GIMI Quadros elétricos. | [email protected]

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