Originariamente definida como a fronteira entre a eletrotécnica e a eletrônica, os plugues e suas tomadas passaram a ser apenas mais alguns componentes das questões que envolvem o suprimento de energia, desde as fontes, até as cargas. No entanto, sua utilização requer cuidados relacionados às especificidades de alimentação das cargas, sendo os plugues conectados diretamente em tomadas ou mesmo em conexões diretas de circuitos em pontos de acionamento como disjuntores e outros, em função dos valores das correntes elétricas e outras características previstas.
Difícil tratar desse assunto no Brasil sem considerar a normalização ABNT NBR 14136, com as correntes de 10 A e 20 A, de onde as Figuras 1 e 2 foram extraídas; note que os mesmos plugues e tomadas sem o polo de terra são normalizados em função da aplicação desejável. Diversas normas associadas estão nesse contexto como a ABNT NBR 16008 sobre extensões elétricas ou a ABNT NBR 14936 sobre adaptadores.
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Figuras 1 e 2 (NBR14136)
Os cuidados a serem tomados consideram entender os riscos que todos corremos, incluindo os usuários das instalações sem formação elétrica (NR 10 – códigos BA1, BA2 e BA3), riscos esses relacionados também ao patrimônio, mas fundamentalmente contra a segurança dos operadores e usuários.
Alguns pontos de atenção devem ser considerados na utilização combinada dos componentes listados: as tomadas disponíveis nas instalações, as extensões e os adaptadores.
Considerando a alimentação de cargas eletrônicas e de tecnologia da informação (TI) em especial, deve-se atentar que:
- O ponto de conexão da carga, sendo tomada ou outro ponto de conexão, deve possuir características adequadas de tensão e corrente à da carga ou ao conjunto de cargas e com sistemas de aterramento adequado;
- Que uma eventual extensão a ser utilizada mantenha as características do ponto original (tensão e corrente). Na prática, a corrente nominal da extensão (ou régua/trilho), seja caracterizada pelos dados de placa, dados do plugue ou de outra conexão que deva atender à demanda das cargas ligadas à extensão;
- Que não se apliquem situações de extensões alimentadas por outras extensões, com grandes possibilidades de perda de aterramento, mudança de características de capacidade de corrente, e sobrecargas, comprometendo a confiabilidade de suprimento à carga;
- Que determinadas cargas domésticas atingem correntes da ordem de 20 A e até merecem circuito independente.
- Que o uso de adaptadores criminosos que “convertem” magicamente plugues de 10 A em 20 A sejam eliminados do mercado e naturalmente não sejam aplicados;
- Que a prática “ancestral” efetuada por imbecis de plantão de cortar os polos dos plugues de aterramento seja eliminada;
- Que as gôndolas dos comércios especializados (ou nem tanto) sejam fiscalizadas e proibidas de apresentar produtos sem a devida certificação. Esse assunto é de saúde púbica.
Se as medidas e as especificações técnicas adequadas de plugues, tomadas e outras montagens que os envolvam forem observadas, certamente serão reduzidos os riscos consideráveis tanto às instalações elétricas, quanto principalmente à segurança dos seus usuários.
Sobre o autor:
Por: Eng José Starosta – Diretor da Ação Engenharia e Instalações Ltda
jstarosta@acaoenge.com.br