Edição 73 / Fevereiro de 2012
Por Juliana Iwashita
Muito se fala na tecnologia Led como iluminação do futuro em função de sua longa vida e alta eficácia luminosa. Porém, outras tecnologias de fonte de luz também estão disponíveis para serem analisadas e comparadas.
Uma lâmpada bastante interessante em função de suas características é a lâmpada de indução magnética. Similar em eficiência a uma lâmpada fluorescente T8, a lâmpada de indução caracteriza-se por não possuir filamento e, consequentemente, possuir uma longa vida, geralmente especificada acima de 50.000 horas, chegando a 100.000 horas.
Na lâmpada de indução, a luz é obtida por meio de uma descarga de gás gerada por magnetismo. Transformadores eletromagnéticos, que são constituídos por anéis com bobinas de metal, criam um campo eletromagnético em torno de um tubo de vidro que contém o gás. A descarga, induzida pelas bobinas, forma um circuito fechado causando a aceleração de elétrons livres, que colidem com os átomos de mercúrio e excitam os elétrons. À medida que os elétrons excitados a partir destes átomos mudam deste estado de energia mais elevada a um nível inferior estável, emitem radiação ultravioleta.
A radiação UV criada é convertida em luz visível à medida que passa pelo revestimento de fósforo sobre a superfície do tubo, semelhante ao processo de geração da luz nas lâmpadas fluorescentes.
Esta tecnologia – embora seja bastante antiga, existindo patentes desde 1967 – apenas ganhou força na década de 1990 quando grandes fabricantes como Philips, GE e Osram investiram na lâmpada de indução. Entretanto, alguns contratempos tecnológicos como interferências eletromagnéticas, depreciação do fluxo luminoso e impossibilidade de dimerização contribuíram para que a tecnologia não emplacasse tecnicamente.
Atualmente, os problemas foram sanados, porém as lâmpadas de indução são praticamente 100% produzidas na China e os grandes fabricantes de fontes de luz voltaram-se ao desenvolvimento dos Leds, que apresentam maior potencial de incremento de eficácia luminosa, atualmente chegando a 230 lm/W em laboratório.
Dentre as vantagens da lâmpada de indução estão: longa vida sem manutenção (acima de 50.000 horas); alta eficácia luminosa (75-85 lm/W); alta reprodução de cor (Ra>80); opções de temperatura de cor (2.700 K – 6.500 K); partida rápida e reacendimento instantâneo; alto fator de potência, sem flicker; pode operar em temperaturas de até -40 ?; e baixas distorções harmônicas.
Dentre as desvantagens, podem-se apontar o custo elevado do equipamento, sobretudo do reator, que muitas vezes é o ponto problemático do sistema em função das características técnicas necessárias para controlar a lâmpada, e a qualidade do produto. Há geração de radiações eletromagnéticas, que, em equipamentos sensíveis, tais como equipamentos médicos e computadores podem sofrer interferências.
A forma e a dimensão geralmente não compacta das lâmpadas também podem ser consideradas um ponto negativo, pois dificultam o desempenho fotométrico da luminária. A utilização de mercúrio na lâmpada torna-a um produto com necessidades especiais no descarte. E não é indicada para áreas muito quentes, pois o calor pode aquecer o bulbo e reduzir a vida da lâmpada.
As lâmpadas de indução podem ser boas opções para aplicações cuja manutenção é bastante complicada e cara, como áreas industriais de pés-direito muito elevado e iluminação pública de vias e túneis. Mais cuidado precisa ser tomado com os reatores, pois estes podem ser o elemento mais problemático do sistema, e com as luminárias, que podem ter baixas eficiências em função do dimensional das lâmpadas.