Edição 99 – Abril de 2014
Por Bruno Moreira
Com o passar dos anos, novos aparelhos são plugados às instalações elétricas, a demanda por eletricidade aumenta e alguns problemas começam a aparecer nessas instalações, indício de que seus componentes estão obsoletos ou sobrecarregados. Novas normas são publicadas e, com elas, medidas de qualidade e segurança são aprimoradas. É hora de fazer o retrofit – ou reformar – a instalação elétrica!
Nada fica alheio ao tempo. Todos e tudo sentem os efeitos da passagem dos dias, dos meses e dos anos. É o processo de envelhecimento. Nos homens, isto é sentido no enfraquecer dos ossos, no agrisalhar dos cabelos, no enrugar da pele. Nas coisas, no desagregar dos elementos que compõem sua estrutura.
Por exemplo, em casas antigas, é comum observar o escurecimento da pintura da fachada, o esfarelar de tijolos, o efeito da umidade no cimento, o empenar do batente da madeira que emoldura a janela. Para mitigar tais danos é que as edificações sofrem reformas. Passa-se uma nova mão de tinta, troca-se a madeira e novos equipamentos substituem os antigos, a fim de revitalizar a estrutura e mantê-la funcionando adequadamente como nos dias em que foi colocada em pé.
Do mesmo modo, as instalações elétricas sofrem os efeitos da passagem do tempo. E a maneira de revigorar estes equipamentos que compõem as instalações elétricas é chamada por alguns engenheiros eletricistas de “retrofit”, que basicamente consiste na readequação ou modernização da instalação, e pode se cristalizar na troca de componentes antigos por novos.
Contudo, o que leva ao retrofit não é o envelhecimento dos componentes propriamente dito, mas a incapacidade destes componentes em atender de forma adequada à demanda elétrica de uma edificação e, principalmente, em atender aos requisitos de segurança que uma instalação deve oferecer para usuários e equipamentos. De acordo com o engenheiro eletricista e consultor, Hilton Moreno, com o passar dos anos houve um aumento da utilização de equipamentos elétricos nas residências e, consequentemente, da quantidade de eletricidade consumida. O problema é que as instalações não acompanharam este crescimento e agora pagam o preço, funcionando sobrecarregadas.
Seguindo a mesma linha de Moreno, o engenheiro eletricista e sócio da Barreto Engenharia, Paulo Barreto, afirma que não houve mudanças na estrutura elétrica de uma residência nos últimos 50 anos: “O que havia nas residências? Tomadas, pontos de iluminação e equipamentos elétricos. A mesma coisa existe hoje. De forma geral não há grandes diferenças. O que ocorreu foi o aumento de aparelhos elétricos”.
Então, conforme o engenheiro Barreto, aquelas mesmas tomadas, cabos, e pontos de iluminação antigos já não são suficientes para atender ao usuário com segurança e conforto, justificando o porquê da necessidade do redimensionamento de algumas instalações. Por exemplo, às vezes, a residência tem uma tomada apta a funcionar com corrente nominal de 10 A, ligada a equipamentos que funcionam com corrente nominal superior a 12 A. A tomada vai funcionar mas vai ter desgaste interno, podendo até derreter. Como dito, esta inadequação, comumente, acarreta em sobrecarga nos dispositivos que compõem as instalações. E esta sobrecarga pode levar ao mau funcionamento dos dispositivos e a alguns transtornos aos usuários.
Além disso, quando há mais equipamentos que a instalação suporta, pode haver fuga de corrente e consequentemente um incêndio. É o que alerta o consultor Hilton Moreno. Sem falar do desconforto que essa inadequação causa, como o uso excessivo de adaptadores, popularmente conhecidos como “benjamins”, e o acionamento contumaz dos disjuntores, cortando a alimentação de energia em determinado ponto sobrecarregado e cessando a atividade ali exercida.
Outro transtorno que pode ser causado por instalações obsoletas são os choques elétricos. Isto porque a maioria das residências antigas não estão equipadas com instalações elétricas preparadas para resolver esse problema. “São raríssimas as edificações antigas com fio terra”, afirma Moreno. Queimas de equipamentos também são problemas ocasionados por instalações antigas, que não contam com de Dispositivos de Proteção contra Surtos (DPS) para evitar isto.
A fim de evitar estas perturbações, o usuário deve ficar atento aos sinais dados pelas instalações. O disjuntor sendo acionado a todo momento é um indício, mas grande parte das vezes, só uma verificação junto aos componentes (fios, cabos, polos, disjuntores, etc.), pode fornecer o diagnóstico exato. E, conforme Barreto, a forma mais segura de ler estes sinais é por meio da manutenção preventiva; prática comum na área industrial, mas quase inexistente em comércios e residências.
Após esta avaliação, verificado o desgaste de alguns dispositivos, o retrofit poderá ser realizado. O engenheiro destaca que o procedimento deve ser feito por profissionais qualificados e com experiência comprovada, que deverão fazer a inspeção visual e as medições necessárias para avaliar o estado da instalação. “É grave do ponto de vista de segurança, destinar este tipo de procedimento a eletricistas”, diz o sócio da Barreto Engenharia, salientando que, legalmente, estes profissionais nem podem tomar decisões técnicas como esta.
Para os usuários de edificações antigas, Barreto destaca também a necessidade de se procurar uma equipe de profissionais qualificados sempre que se for aumentar a carga de energia consumida. De acordo com o engenheiro eletricista, quando se acrescentar equipamentos de uma determinada potência, por exemplo, como forno elétrico, máquinas de lavar, passar e secar, trituradores, ao seu leque de eletrodomésticos, não deve simplesmente adquiri-los e liga-los à tomada, mas é preciso contatar engenheiros para que eles façam uma avaliação da instalação e vejam se é necessária substituição de componentes envelhecidos por novos.
Casa segura
A inadequação entre instalação elétrica e carga de energia é gritante em edifícios antigos, todavia, não é preciso voltar muito no tempo para verificar edificações inadequadas. “A situação geral das instalações antigas, de cinco anos ou mais (que não sejam muito recentes) já é preo
cupante”, afirma o consultor da Hilton Moreno Consulting.
Reiterando as afirmações de Barreto a respeito da manutenção preventiva, Moreno salienta que a situação destas instalações antigas é mais alarmante ainda em locais nos quais não há essa política de avaliação periódica, como residências e alguns estabelecimentos comerciais, diferentemente da área industrial, onde a manutenção costuma ser periódica.
Visando conscientizar as pessoas sobre a importância de se avaliar a instalação elétrica com o intuito de se evitar acidentes é que o Procobre, em conjunto com diversas associações e empresas do setor elétrico, criaram em 2005 o Programa Casa Segura. De acordo com o diretor-executivo do Procobre, Antonio Maschietto, o programa fornece caminhos e alimenta os usuários de informações a fim de que ele se sinta impelido a chamar um profissional responsável para inspecionar a instalação e, posteriormente, caso seja constatado um problema, realizar o retrofit.
As informações de conscientização do programa são difundidas por meio do site www.programacasasegura.org/br. Nele, os usuários podem baixar o “Guia de Bolso: Instalação Elétrica Segura”, que orienta o consumidor sobre o uso correto da energia, abordando assuntos como formas de evitar choques, uso do fio terra e dispositivos de segurança, problemas como a queima de aparelhos e economia na conta de luz. O portal disponibiliza também um teste que o internauta pode fazer para verificar se sua instalação elétrica é segura e econômica.
Além do portal informativo, o programa já realizou ações junto a síndicos de prédios antigos, com o objetivo de alertá-los sobre a necessidade da verificação as instalações elétricas dos apartamentos por eletricistas capacitados. Conforme Maschietto, na ocasião, os profissionais da área pertencentes ao programa chegaram até a fazer uma análise gratuita da instalação a fim de avaliar seu estado. O diretor-executivo do Procobre conta que, em um primeiro momento, houve uma demora por parte dos moradores para fazer as mudanças necessárias, mas que depois acabaram ocorrendo.
Antes mesmo do surgimento do Casa Segura, o Procobre já realizava ações com o intuito de avaliar as condições das instalações elétricas brasileiras. De acordo com Maschietto, desde 1996, o órgão vem regularmente averiguando se instalações de edifícios em diversas cidades do país estão de acordo com as normas brasileiras. A amostra colhida pela pesquisa é sempre de 50 prédios residenciais novos e foi iniciada somente em São Paulo, sendo, posteriormente, realizada também nos municípios de Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Fortaleza, Porto Alegre, Rio de Janeiro, entre outros.
Nos levantamentos iniciais, verificou-se que os principais problemas encontrados faziam referência à não existência de fio terra e de Dispositivos Diferenciais Residuais (DRs) nas instalações elétricas. O estudo foi repetido de maneira trienal até 2002, sendo realizado anualmente desde então, nem sempre nas mesmas cidades. Segundo Maschietto, o que se averiguou foi uma evolução das instalações de edificações novas nos quesitos citados. Na atualidade, de acordo com o diretor-executivo do Procobre, quase 100% dos edifícios brasileiros novos apresentam fio terra e DR. Portanto, segundo Maschietto, as instalações novas estão bastante adequadas. “O momento agora é de reforçar o ataque aos edifícios antigos”, destaca.
No que tange às residências mais velhas, o diretor recorda um trabalho feito pelo Procobre junto a alunos de escolas técnicas, no qual eles foram responsáveis pela inspeção de instalações de 600 casas na cidade de São Paulo. Nesta atividade, conforme Maschietto, eles descobriram duas coisas: que a maioria das instalações continha irregularidades e que, a despeito disso, os moradores se sentiam seguros em suas casas.
Havia um desencontro entre o que a análise feita pelos alunos mostrava e o que o dono pensava a respeito de sua edificação, mostrando, segundo o diretor-executivo do Procobre, que o leigo não sabe como se encontra verdadeiramente sua instalação por dentro e por isso precisa de profissionais que façam este serviço.
Maschietto destaca que apenas o trabalho contínuo e reforçado de conscientização dos consumidores pode fazer com que a situação das instalações elétricas do país se modifique. Talvez este trabalho tenha sido um dos responsáveis pelo fato de que, atualmente, segundo Moreno, muitas empresas estejam chamando profissionais para fazer uma inspeção das instalações de seus estabelecimentos antes mesmo de serem vistoriadas pelo Corpo de Bombeiros.
De qualquer forma, Moreno destaca que a iniciativa pela reforma das instalações raramente é espontânea. Normalmente, a prática acontece impelida por alguma outra força. Seja uma inspeção surpresa por um órgão regulador, como o Ministério de Trabalho querendo verificar se a NR 10 está sendo cumprida, seja por uma modificação do uso do local – uma residência sendo transformada em um comércio, por exemplo – que exigiu uma reforma na construção civil. Nesta situação, pode ser preciso a colocação de mais tomadas nas parede, o acréscimo de pontos de iluminação, além de outras mudanças.
A expansão da capacidade produtiva de uma determinada edificação também pode ser fato que leve à realização do retrofit de uma instalação elétrica. Pegue o exemplo de um galpão industrial que decide trocar seus ares condicionados, fornos, e luminárias por produtos mais eficientes, com o objetivo de aumentar sua produção e manter o mesmo consumo de energia elétrica. Neste caso, muitas vezes costuma-se trocar também os componentes da instalação, segundo informa Moreno. Não que a instalação antiga não seja capaz de atender a demanda, mas com dispositivos novos, a instalação é menos exigida, trabalha com folga e, consequentemente, desgasta-se menos e dura mais.
A eficiência energética não costuma ser uma razão para se fazer o retrofit de instalação elétrica e nem um atrativo para quem deseja fazê-lo. Contudo, de acordo com Moreno, sempre que se fizer uma reforma em uma instalação, irá se ganhar de brinde eficiência energética. Isto porque o envelhecimento dos componentes aumenta a corrente de fuga e produtos mais novos representam menores perdas de energia. Ele explica que não será um ganho muito expressivo, mas com certeza ele existirá.
Moreno explica que a eficiência energética só seria sentida de maneira bem contundente se o Brasil inteiro reformasse todas as instalações elétricas ao mesmo tempo. Neste caso, conforme o consultor, o pa&iac
ute;s teria uma economia de energia da ordem de uma Itaipu. “É óbvio, que isso não acontecerá, mas isto funciona como um exercício teórico motivacional”, comenta o engenheiro.
Conservação de energia
Se o objetivo do retrofit – não apenas da instalação elétrica, mas dos equipamentos movidos à energia elétrica de uma maneira geral – for a eficiência energética, na atualidade, quem vem comandando os projetos deste segmento são as empresas de serviços de conservação de energia, comumente denominadas Escos. O diretor técnico da Associação Brasileira das Empresas de Conservação de Energia (Abesco), Alexandre Moana, define a atividade exercida por uma esco da seguinte forma: localização do desperdício e transformação em negócio.
Segundo o presidente da esco APS Soluções em Energia S/A, Aldemir Spohr, uma vez procurada pelo cliente para realizar o retrofit de suas instalações a fim de que elas se tornem eficiente, a empresa de conservação de energia segue três etapas: a primeira é uma análise técnica e econômica do projeto; a segunda é a busca por financiamento; e a terceira e última é a implementação propriamente dita. “Resumidamente: faz-se o diagnóstico, a engenharia financeira e executa-se o projeto”, explica.
A respeito da análise técnica e econômica, Spohr informa que, para levar a cabo um projeto de retrofit, normalmente, existe um leque de variáveis para analisar, tais como horário de utilização dos equipamentos; tempo de utilização; tecnologia empregada, etc. Se o equipamento a ser trocado opera pouco, dificilmente, ele se paga para o retrofit, por exemplo. “As implementações a serem tomadas tornam-se claras à medida que se conhecem as características do cliente”, destaca o presidente da APS.
Em relação ao financiamento, o executivo sublinha que os recursos podem vir não só do cliente, como de algum outro investidor ou até mesmo da própria Esco. Dentro deste cenário, alguns modelos de negócios entre o cliente e a companhia de conservação energética são: o turn key; o Build, Operate and Transfer (BOT); e o contrato de performance.
Foram colocadas luminárias Leds na área comum, escadaria e na parte de decoração e lâmpadas fluorescentes com refletores de baixo consumo nos ambientes de trabalho.
Destes modelos citados, os dois últimos são os que contam com investimentos da própria Esco. No BOT, a empresa de conservação de energia faz o desenvolvimento de todo o projeto e administra a edificação durante um determinado período, para depois transferir ou não esse gerenciamento para o cliente. Já no contrato de performance, a Esco arca com o investimento e recebe do cliente um percentual da economia com energia elétrica obtida pela edificação já em operação. Esta espécie de remuneração vai até a amortização do investimento.
Entre os projetos de retrofit visando à eficiência energética realizados pela APS, Spohr destaca o do Shopping Paulista, em São Paulo, no qual foi trocado todo o sistema de água gelada do ar-condicionado “O shopping foi ampliado e precisavam aumentar este sistema. Então trocamos para atender não só a parte nova, mas a antiga também”, explica o presidente da APS, destacando que, com esta mudança, obteve-se 46% de economia com eficiência energética aplicada.
Além do desenvolvimento de projeto, também faz parte do trabalho da APS como Esco a atuação na área administrativa, gerenciando a compra de energia por parte de seus clientes. Ela negocia tarifas mais baratas com a distribuidora responsável, adequando a menor tarifa à curva de consumo da indústria, por exemplo. “Este trabalho dá como frutos uma economia financeira e não em quilowatts consumidos”, diz Spohr.
Spohr salienta, contudo, que o foco da empresa é o retrofit, ou seja, a troca de equipamentos e automação de processos para gerar economia de energia. Nesse sentido, o presidente da APS faz um apelo para que os empresários comecem a olhar para dentro de suas empresas, pois nelas existem grandes oportunidades de economia por meio da eficientização energética.
Se depender do que pensa o diretor técnico da Abesco, este olhar para dentro já começou. Moana relata que a procura por empresas de conservação de energia só tem aumentado. Segundo ele, as Escos têm um público cativo, mas cada vez mais empresas têm buscado projetos de eficiência energética com empresas especializadas motivadas por questões de responsabilidade ambiental e, principalmente, em razão da competitividade econômica. “O empresário brasileiro sofre muito para produzir. Por isso a busca pela economia da energia, através da eficientização energética”, diz o diretor técnico.
Retrofit aplicado – Panorama Paulista Corporate
Localizado em região central da cidade de São Paulo, o edifício comercial Panorama Paulista Corporate, inaugurado em 1975, passou recentemente por um retrofit total de sua estrutura, visando atender aos padrões estabelecidos pela Leed (Leadership in Energy and Environmental Design), sistema internacional de certificação e orientação ambiental para edificações. A certificação Leed, como é chamada, é utilizada em 143 países, e tem como objetivo incentivar a transformação dos projetos, obra e operação das edificações, sempre com foco na sustentabilidade de suas atuações.
Pensando nessa certificação, foi que a edificação passou por reformas, segundo as normas vigentes, em todas as suas instalações elétricas, hidráulicas e de combate a incêndio. No que diz respeito à parte elétrica, o engenheiro eletricista, Jaime Navarro, da Eiko Engenharia e Instalações, empresa responsável pela execução do retrofit das instalações elétricas, destacou a troca do sistema de SPDA e aterramento e de toda a iluminação. Conforme o engenheiro, foram colocadas luminárias Leds na área comum, escadaria e na parte de decoração, e instaladas lâmpadas fluorescentes, com reatores de baixo consumo, nos ambientes de trabalho, que também foram reformados para aproveitarem ao máximo a luz natural.
Navarro salienta ainda a instalação de centros de medição descentralizados para unidades autônomas, administração e incêndio, com medidores eletrônicos em todos os paviment
os, e a instalação de um gerador singelo de 141/150 kVA e de chaves de transferências automáticas, que fornecem geração de emergência para alimentar em regime parcial apenas as áreas da administração. Já a distribuição de energia, que antes era feita via cabo por eletrodutos fixados na parede, passará a ser feita por barramento blindado, sistema de canalização exclusivo para a parte elétrica.
Outro ponto importante é que o edifício foi todo automatizado. Conforme o engenheiro da Eiko, foram implementadas centrais que conseguem monitorar tudo o que está acontecendo no prédio: ativar elevador; controlar a temperatura dos ambientes; controlar a iluminação; fechar e abrir portas, etc. A troca da iluminação de segurança e emergência e dos motores de bombas hidráulicas por equipamentos mais eficientes também foi salientado por Navarro.
A obra de revitalização do Panorama Paulista Corporate está basicamente concluída. De acordo com o engenheiro eletricista, o estabelecimento já recebeu o Habite-se da Prefeitura de São Paulo e está esperando apenas o aval do Corpo de Bombeiros ante algumas pendências para concluir as reformas.
Segurança em edificações:
A necessidade de retrofit em instalações elétricas para edificações antigas foi um dos motivadores para a criação de um grupo de trabalho na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Criado em dezembro do ano passado, em reunião plenária do Departamento da Indústria da Construção (Deconcic) da Fiesp, o Grupo Técnico (GT) de Segurança em Edificações tem como objetivo reunir entidades do setor diretamente envolvidas na questão de segurança de edificações (com mais de 15 anos) e de suas instalações para desenvolver ações baseadas no tema.
Segundo o diretor executivo do Sindicel, diretor do Deconcic e coordenador do GT Segurança em Edificações, Valdemir Romero, foram criados também dois subgrupos de análise específica a partir do grupo principal. São eles: os subgrupos de Legislação e Normalização e de Mão de Obra Qualificada e Certificação. Ambos terão como função dar suporte ao GT.
A principal meta deste grupo da Fiesp, conforme Romero, é buscar uma lei federal que obrigue a realização de inspeções periódicas nas edificações com mais de 15 anos, e, caso haja necessidade, obrigue também a feitura de reparos e adequações. O coordenador do GT informa que já existem dois Projetos de Lei (PL) em tramitação, um na Câmara dos Deputados e o outro no Senado Federal, com o objetivo de obrigar que sejam feitas inspeções periódicas nas edificações a fim de garantir sua segurança, evitando desabamentos, incêndios e acidentes em elevadores, por exemplo. Ambos os projetos já foram analisados pelo grupo de trabalho que “está levando a seus autores/relatores todo o apoio do Deconcic/Fiesp para que sejam aprovados e tornem-se lei”. A previsão é de que as leis sejam promulgadas em 2015.
O GT Segurança em Edificações faz parte do Programa Compete Brasil do Deconcic da Fiesp e conta com a participação de todas as entidades da cadeia da indústria da construção.
Situado em região central da cidade de São Paulo, o edifício comercial Panorama Paulista Corporate, de 1975, passo recentemente por um retrofit total de sua estrutura.