Sistemas de distribuição de energias renováveis (eólica e solar) geram economia, melhoram armazenamento e contribuem para a preservação do meio ambiente
Alternativas que melhoram a saúde e o bem-estar das pessoas, as energias limpas e renováveis provenientes do vento (eólica) e do sol (solar) já são realidade e ganham cada vez mais espaço no país. Em março, só a energia solar chegou a 14 gigawatts de potência operacional, superando a produção da Usina de Itaipu, a maior hidrelétrica do país, segundo dados da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar).
Nos últimos anos, novas tecnologias foram incorporadas, o que favorece um sistema de distribuição de energia limpa e renovável mais eficiente. “Usinas menores e descentralizadas podem funcionar como uma grande companhia se interligadas entre si. Isso faz com que pequenos sistemas possam se tornar economicamente viáveis”, afirma Cyro Boccuzzi, membro sênior do Instituto dos Engenheiros Eletrônicos e Eletricistas (IEEE), maior organização técnico-profissional do mundo dedicada ao avanço da tecnologia em benefício da humanidade, e sócio-diretor da consultoria ECOee.
Esses sistemas de distribuição promovem atendimento com maior confiabilidade às unidades consumidoras, aumentando a disponibilidade de energias nos usos finais, gerando alto grau de autonomia. “A realidade é que em poucos anos, um hospital vai poder montar sua própria estrutura energética, ganhando autonomia e sem precisar mais depender da energia vinda de grandes concessionárias, caso disponha de fontes de armazenamento ou de geração própria despachável, por exemplo a gás natural”, afirma.
Os sistemas de distribuição permitem ainda a integração de micro redes, com recursos de armazenamento, o que transforma em um serviço ainda mais confiável, reduzindo as perdas dos sistemas convencionais. “O excedente de energia pode ser capturado por baterias, para enfrentar a ausência de ventos ou de sol à noite”, afirma Boccuzzi.
As energias renováveis permitem globalmente menores níveis de poluição, o que é muito importante para a saúde e para a natureza, principalmente nos países que mais dependem de termoelétricas e energias não-renováveis. No Brasil, 70% de nossa energia já vem de fonte renovável das hidrelétricas, mas ainda utilizamos as termoelétricas – caras, não-renováveis e poluidoras do ambiente.