Estudo comprova benefício social e econômico da energia eólica

Que a energia eólica é fonte sustentável e de baixo impacto ambiental já é algo claro e inequívoco. Mas e quando falamos dos benefícios sociais e econômicos? Bom, nós, do setor, sempre soubemos, por observar no dia a dia que, quando um parque eólico chega numa determinada região, ele impacta positivamente a região trazendo novas oportunidades. O que estava faltando era um estudo que mostrasse números desses impactos. É neste sentido que comemoro a divulgação do estudo “Estimativas dos impactos dinâmicos do setor eólico sobre a economia brasileira”, elaborado por Bráulio Borges, pesquisador-associado do FGV-IBRE e economista-sênior da LCA Consultores, e que mostra, entre outras conclusões, os impactos dos investimentos de eólica no PIB, empregos e redução de emissões de CO2. 

O objetivo do estudo foi quantificar os impactos diretos e indiretos dos investimentos em energia eólica para o PIB, para os empregos e para a redução de emissão de CO2. No caso do impacto do PIB, partimos do valor investido de 2011 a 2020, que foi de R$ 110,5 bilhões na construção de parques eólicos. Por meio de metodologia que calcula efeitos multiplicadores de diferentes tipos de investimentos, chegamos ao valor de mais R$ 210,5 bilhões referentes a efeitos indiretos e induzidos, num total de R$ 321 bilhões. Isso significa que cada R$ 1,00 investido em um parque eólico tem impacto de R$ 2,9 sobre o PIB, após 10 a 14 meses, considerando todos os efeitos”, explica Bráulio Borges, pesquisador responsável pelo estudo. “Esta é a prova de que, além de ser uma energia renovável, a eólica também tem um forte componente de aquecer atividades econômicas das regiões aonde chegam parques, fábricas e toda a cadeia de sua indústria. E este é um número fundamental num momento em que discutimos a retomada econômica verde. 

O estudo também avaliou o impacto destes investimentos no emprego. Considerando pesquisas prévias sobre o tema em outros países e no Brasil, bem como uma avaliação de cenário mais geral, chegou-se a uma estimativa de quase 196 mil empregos entre 2011 e 2020, ou 10,7 empregos por MW instalado na fase de construção dos parques. O estudo também aponta um média de 0,6 empregos por MW instalado para Operação & Manutenção. Este é um número que permite a realização de alguns cenários para o futuro próximo, uma vez que o setor tem um bom mapeamento de quanto será instalado nos próximos anos.”, explica Bráulio. “Internacionalmente, trabalhamos com valores que vão de 10 a 15 postos de trabalho por MW. Com esse valor de 10,7 estamos em um cenário razoavelmente conservador de estimativa, e agora queremos refinar estes dados para termos um cenário ainda mais detalhado do que geramos de empregos pelo País. Neste exato momento, temos quase 5 GW em construção pelo País, então com esse valor do estudo sabemos que são mais de 50 mil trabalhadores neste momento construindo nossas futuras eólicas, além dos mais de 15 mil em Operação & Manutenção.


Nós queríamos muito ter esses números em mãos para conseguir mostrar, em dados, o que já sabíamos na prática: que a energia eólica não apenas protege a natureza, mas também pode ser uma ferramenta importante para impacto social e econômico positivo.

Autora:

Por Elbia Gannoum, presidente executiva da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica).

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