Edição 110 – Março de 2015
Por José Starosta – Consultor Técnico
Racionalizar e tornar o uso eficiente para não racionar
A partir de março os consumidores passaram a sentir em seus bolsos os reflexos do aumento extraordinário do custo da energia e das bandeiras tarifárias. Desta vez até os consumidores livres também estão sendo “premiados” com o impacto decorrente do importante aumento do valor da tarifa de uso do sistema de distribuição (Tusd).
A sinalização é clara: “bem-vindo ao mundo real!”. Ao contrário do que ocorria no final de 2012 com a publicação da MP 579, quando se achava que os custos de energia podiam ser reduzidos, o mercado encara mais este desafio e, como já dito anteriormente, pela falta de chuvas e aumento de geração térmica. Naquela oportunidade, muita água foi turbinada para a geração de energia de baixo custo e desperdícios, mas esta água não voltou.
O PLD, que já havia sido reduzido para R$ 388,45, retém o apetite dos setores industriais que haviam se tornado “comercializadores”, reduzindo suas próprias cotas contratadas de consumo (talvez até pela recessão que este setor industrial atravessa). Aliás, não fosse a recessão, a situação estaria bem pior.
Diante do quadro, os setores do governo federal responsáveis pela gestão da energia no país fazem suas contas em função dos números da oferta e demanda. Espera-se que, até o final das chuvas (este mês de março), sejam anunciadas as novas medidas. Algumas tidas como certas, outras nem tanto:
- Incentivo às ações de eficiência energética (será que agora vai?);
- Remuneração por geração distribuída em consumidores que possuam fontes de “backup”;
- Incentivo na implantação de fontes renováveis em geração distribuída e ajustes das questões fiscais e impostos destas fontes;
- Ajustes e aspectos fiscais em equipamentos eficientes;
- Medidas em curto prazo de eficiência energética em prédios públicos.
Como seriam implantadas estas medidas? Teremos de esperar para ver. A turma é experiente e sabe o que deve ser feito, o que se espera é que os deixem trabalhar.
Um novo cenário merece novas ideias, novos projetos e novos resultados; de velho só mesmo o nosso Valdívia que continua lesionado.
Boa sorte para nós!
Eng. José Starosta
Consultor da revista O Setor Elétrico
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