Edição 111 – Abril 2015
Por Jobson Modena
Oriunda do latin (manus + tenere), a palavra manutenção é o ato ou efeito de manter, conservar. Na evolução da utilização desse substantivo surgiram outros termos complementares para o procedimento de se deixar algo pronto para funcionar ou em funcionamento regular. Atualmente, é comum ouvirmos os termos manutenção preditiva, manutenção preventiva e manutenção corretiva, dentre outros.
Puxando o assunto para a proteção contra descargas atmosféricas, ao se realizar o ensaio de continuidade elétrica para determinar a integridade física do eletrodo de aterramento e, se necessário, intervir no mesmo para melhorar sua condição, atua-se no sentido de prevenir o aumento de risco de ocorrências, ou seja, inspeção por meio de ensaio é uma ação pertencente ao universo da manutenção preventiva. Quando há a troca programada de componentes oxidados da instalação também. As ações citadas garantem que, na possibilidade da incidência de uma descarga atmosférica, o SPDA estará apto a proteger a estrutura dentro dos limites projetados.
E por que essa abordagem tão direcionada ao conceito de manutenção, especialmente a manutenção preventiva?
A grande maioria das pessoas considera o SPDA como uma despesa e acaba partindo para o procedimento mais caro e que quase sempre leva a atitudes questionáveis de adequação, definição elegante para o termo “gambiarra”, e que geralmente envolve maior risco, a manutenção corretiva ou no popular: “deixa explodir que a gente vê o que faz”. Fazer apenas manutenção corretiva é o mesmo que tentar mover um transatlântico com remos – você sempre gastará muito mais energia ($$$) e terá resultados piores do que se a opção fosse a da manutenção programada (preditiva ou preventiva).
Na seção 7 – Manutenção, inspeção e documentação de um SPDA, da parte 3 da ABNT NBR 5419:2015 (quase publicada), haverá recomendações abrangendo inclusive a manutenção da documentação do SPDA. É preciso entender a impossibilidade de execução da manutenção de uma instalação se a documentação não estiver em ordem, a fim de possibilitar a comparação “as built x material instalado”. Determinados critérios utilizados no gerenciamento de risco devem constar dessa documentação, por exemplo, no memorial descritivo e de cálculo, para que seja definido o nível de proteção e a classificação do SPDA, parâmetros indispensáveis na confecção do projeto, será muito difícil definir a mesma classificação utilizada no projeto apenas realizando a inspeção visual da instalação por causa do aumento da quantidade de parâmetros envolvidos. Isso poderá causar conflitos desnecessários, por exemplo, em uma fiscalização. Desenhos precisos, em escala, mostrando o exato posicionamento do material e detalhes construtivos também são indispensáveis.
Já que tudo é questão de gestão de recursos fica o aviso: a nova ABNT NBR 5419 fará justiça e elevará o status do SPDA de despesa para item de segurança.