O papel dos Leds na evolução da iluminação pública

Edição 54, julho de 2010

Por José Fernando Mendes

Durante as últimas décadas, os espaços urbanos vêm sofrendo mudanças constantes no que diz respeito à forma como vêm sendo utilizados pela população. E, quando discutimos a busca por melhores condições desses espaços, a mudança climática, as metas do Protocolo de Kyoto, as discussões do COP15, o aumento do preço da energia elétrica, a escassez de fontes de energia e a pressão por redução de emissão de CO2 são algumas das grandes questões ambientais que exigem não só uma reflexão sobre o uso dos recursos naturais, mas também atitudes práticas de preservação por parte de todos os setores da sociedade.

A iluminação pública é um dos tópicos prioritários dessa discussão. Considerada essencial para a qualidade de vida da comunidade, exerce papel fundamental para o desenvolvimento social e econômico dos municípios. Ela exerce influência diretamente sobre a segurança pública dos centros urbanos, pois cria as condições adequadas para o tráfego de veículos e de pedestres, previne a criminalidade e propicia atividades noturnas de lazer, comércio, cultura e outras.

Mas a realidade em números nos confirma que vivemos um momento de cautela quanto ao uso da energia elétrica. De acordo com a USAID (United States Agency – International Development), a demanda global por energia crescerá 45% até 2030 (destes, 87% nos países em desenvolvimento), requerendo US$ 26 trilhões em investimentos. De toda a energia elétrica consumida no mundo, 19% é destinada à iluminação, mas 75% de toda a iluminação existente está defasada e ineficiente. No Brasil, segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), há 15 milhões de pontos de iluminação pública. Destes, cerca de 30% ainda utilizam lâmpadas a vapor de mercúrio, as quais podem ser modernizadas por sistemas com lâmpadas a vapor de sódio ou mesmo sistemas com Leds, com vantagens de menor consumo de energia e melhor qualidade de iluminação.

Quando pensamos no futuro da iluminação pública, os Leds surgem como a revolução que impactará o modo como pensamos e experimentamos o uso da luz nos mais variados espaços e momentos do dia a dia. As pesquisas atuais nos levam a conceitos e protótipos surpreendentes. Soluções sustentáveis com Leds chegarão em um futuro próximo e transformarão de industrial para ecológica a personalidade de qualquer comunidade, harmonizando forças da natureza e trabalhando em parceria, e não contra o planeta. Na prática, em âmbito mundial, a transformação dos Leds já é real. Países como Holanda, China e EUA possuem instalações de soluções Leds para iluminação pública energeticamente eficientes e absolutamente inovadoras.

No caso do Brasil, já há soluções diferenciadas disponíveis no mercado. Os Leds já desempenham, atualmente, um papel importante na iluminação de interiores em aplicações profissionais, como hotéis e lojas, na iluminação externa em embelezamento urbano e crescerão muito ainda nesses segmentos. No futuro, desempenharão um papel relevante na iluminação pública – alguns projetos iniciais já estão demonstrando as primeiras possibilidades emergentes dessa fonte de luz.

As vantagens do sistema de iluminação com Leds são inúmeras. Eles são menores e mais versáteis. Têm maior rendimento em lúmen por watt consumido. Sua vida útil estimada é de 50 mil horas ou mais, com baixa depreciação do fluxo luminoso. Não contêm substâncias nocivas à saúde humana e à natureza (tais como mercúrio ou ácido fluorídrico). Sem calor e sem UV (Ultra Violeta) no raio luminoso, o Led não atrai insetos e não ataca objetos iluminados por sua irradiação, evitando o envelhecimento precoce, além do fato da baixa taxa de manutenção, entre outras.

Com base nisso, é preciso ter em mente que nossa realidade demanda etapas anteriores aos Leds para darmos início a uma mudança de atitude prática e efetiva. A primeira é a conscientização de que é preciso mudar agora e de que a responsabilidade é de todos os setores da sociedade. Em seguida, considerar que, para uma grande mudança, é necessário dar o primeiro passo, ou seja, no nosso caso, iniciar um processo gradual de troca de tecnologias antigas para recursos mais recentes. Isso proporcionará um impacto muito positivo, tanto no que diz respeito à economia de energia quanto no que se refere à maior qualidade da iluminação. E a terceira etapa é a partir do momento que iniciarmos essa transformação, na qual conquistaremos uma vantagem tripla: o consumidor final será beneficiado com custos mais baixos e melhor qualidade de luz; o meio ambiente será beneficiado com o uso racional de energia e emissões mais baixas de gases tóxicos, e a economia do País será beneficiada com custos mais baixos, maior competitividade e geração de “empregos verdes”.

*José Fernando Mendes é gerente de marketing e produtos da área de Leds e do programa de Eficiência Energética da Philips Lighting na América Latina.

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