As novas fronteiras da energia eólica

Há uma revolução clara e evidente acontecendo no mundo da energia: estamos nos afastando das fontes poluentes e priorizando as renováveis de baixo ou baixíssimo impacto ambiental. Em alguns países isso está se dando rapidamente e há outros ainda lentos nesta transição.

Independentemente da velocidade, o fato é que esta mudança é irreversível e devemos nos engajar para que ela aconteça de forma cada vez mais eficiente e rápida em todo o mundo.

Em seu Relatório Anual, o Conselho Global de Energia Eólica (Global Wind Energy Council – GWEC) mostra uma indústria madura competindo com sucesso no mercado mundial, mesmo contra tecnologias tradicionais de geração de energia altamente subsidiadas em alguns países. A energia eólica é hoje uma indústria presente em mais de 90 países, 30 dos quais com mais de 1GW instalados e nove com mais de 10GWs, como é o caso do Brasil, que tem 15,1GW de capacidade instalada e ocupa o 8º lugar no Ranking Mundial.

O GWEC acredita que, tanto em projetos onshore quanto offshore, a energia eólica seja a chave para definir um futuro energético sustentável. O futuro, portanto, é promissor para a fonte eólica. E, no Brasil, o fato é que essa indústria segue de vento em popa. Estamos batendo recordes atrás de recordes, chegando a tender mais de 85% do Nordeste, e seguimos instalando mais e mais parques. Há 10 anos, tínhamos pouco mais de 0,6GW instalados e estamos chegando neste segundo semestre de 2019 com 15,1GW de capacidade instalada em mais 600 parques e com 7.500 aerogeradores em operação.

Com todo esse crescimento, temos que nos perguntar: quais são as próximas fronteiras do crescimento da energia eólica no Brasil? Acredito que a resposta venha de novos modelos de negócios, como parques híbridos; do desenvolvimento das baterias, que evoluem rapidamente; da eólica offshore e da ampliação do mercado livre para eólica. Sobre este último ponto, gostaria de destacar que 2018 foi o primeiro ano em que a energia eólica vendeu mais no mercado livre do que no mercado regulado. E aproveito a oportunidade para dizer que, em 30 de outubro de 2019, discutiremos, no 8º Encontro de Negócios da ABEEólica, tudo isso que acabei de mencionar, com o tema principal do evento “o setor energético em transformação: novos modelos de negócios para a indústria eólica”.

Gosto sempre de comemorar os feitos da energia eólica, mas sem perder de vista todo o potencial que ainda temos para crescer. E o fato é que este potencial está perfeitamente alinhado com a energia que precisamos para o nosso futuro. Por isso, além de achar que a eólica tem uma história brilhante no Brasil, ela tem também um futuro de crescimento. E tenho certeza que nossos bons ventos seguirão desbravando caminhos e ampliando suas fronteiras.

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