Banco de capacitores reduz em até 50% a fatura de energia elétrica nas indústrias

A conta de luz deverá subir, em média, 5,6% este ano, segundo estimativa da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). O impacto dos novos preços afetará os consumidores de maneiras distintas, uma vez que o custo de compra e transmissão é diferente de uma região para outra. De acordo com a entidade, sete distribuidoras terão reajuste superior a 10%; em outras 15, o reajuste ficará entre 5% e 10%; em 17 unidades haverá reajuste entre 0% e 5%; enquanto 13 distribuidoras terão reajuste negativo de 4,3%.

Os novos valores atingem em cheio as indústrias. De acordo com a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), o setor consome 35% da energia elétrica do país. A tarifa média dos consumidores industriais regulados no país é de R$ 733/MWh, conforme levantamento da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan). Soma-se a isso o fato de que os motores elétricos são os grandes vilões das contas de energia da indústria, tomando 70% de todo o consumo, de acordo com estudo da Eletrobras/Procel.

Tarifa ou multa?

Uma das maneiras de melhorar a eficiência energética no setor é mitigando o excedente de energia reativa. Apesar de ser importante, porque ela faz parte da composição de energias que mantêm os equipamentos em funcionamento, seu excesso pode ser prejudicial ao sistema elétrico. Esse problema é comum nos motores mal dimensionados ou sobrecarregados, e as consequências podem ser queda de tensão, aquecimento e até mesmo multa para os empreendimentos. 

“Uma empresa que paga R$ 30 mil na conta de luz pode chegar a pagar R$ 45 mil, ou seja, R$ 15 mil a mais. Isso ocorre porque muitas vezes o setor responsável não se atenta ao valor adicional pelo uso excedente de energia reativa. A empresa paga achando que isso faz parte da tarifa — que é descrita de forma pouca clara na fatura —, mas, na verdade, representa uma multa”, afirma Fábio Amaral, diretor da Engerey, empresa especializada em painéis elétricos.

Banco de capacitores e a melhora na gestão de consumo

Uma das soluções para as indústrias é a implantação de banco de capacitores. Esse tipo de quadro elétrico é destinado à correção do fator de potência, índice que relaciona a energia ativa (responsável pelo “trabalho” da máquina) e reativa de uma instalação elétrica. O equipamento funciona eliminando o excedente reativo, ou seja, a energia que não gera o trabalho realizado. Sendo assim, consegue mitigar o mau uso da eletricidade, melhorar a gestão do consumo e tornar a conta das empresas menos onerosa. 

“A concessionária entrega essa energia (reativa) e, consequentemente, ela cobra em forma de multa pelo baixo fator de potência, em decorrência do mau aproveitamento da energia elétrica. O banco de capacitores age corrigindo o fator de potência, e a energia reativa é normalizada aos níveis exigidos pelos padrões de qualidade”, completa Fábio. 

O banco de capacitores atende às indústrias de pequeno, médio e grande porte e pode ser aplicado de maneira padrão ou customizada. De acordo com o diretor da Engerey, o uso dessa tecnologia pode reduzir em até 50% a fatura de energia elétrica em uma empresa que apresente equipamentos em baixo fator de potência.

Antes da instalação, uma equipe técnica visita a planta onde as máquinas estão instaladas e gera um relatório de consumo energético, com medições da real necessidade capacitiva da empresa. Após a análise, é feito um relatório sobre como o banco de capacitores deve atuar no sistema elétrico do empreendimento. A instalação pode ser feita de duas maneiras: corrigindo o fator de potência de diversas máquinas ao mesmo tempo ou de maneira individualizada.

Segurança

É importante que os bancos de capacitores sejam certificados e atendam minuciosamente a todas as normas necessárias. Isso certamente vai garantir consumo de energia eficiente e boa economia na conta de luz. Além disso, “é necessário que os painéis sejam corretamente dimensionados e utilizem componentes específicos, como contatores próprios para capacitores e disjuntores de caixa moldada, a fim de garantir a segurança da instalação”, encerra o diretor da empresa.

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