Nos dias 11, 13 e 14 de outubro, a cidade de Goiânia foi palco de um dos principais eventos do setor elétrico do país, o Circuito Nacional do Setor Elétrico (CINASE). Em sua 40ª edição, o já tradicional evento reuniu especialistas e autoridades de empresas relevantes do setor, em especial, da região Centro-Oeste, para debater temas, como modernização, geração distribuída, Indústria 4.0 e inserção de novas tecnologias nas instalações elétricas, contribuição da indústria para o desenvolvimento energético, entre outros assuntos.
Participaram da abertura do evento, em um painel que discutiu o futuro da distribuição no país, o presidente da Abradee (associação das distribuidoras de energia), Marcos Madureira, o presidente da Enel Goiás, José Nunes, e o diretor de operações da Enel Goiás, José Luís Salas. Moderado pelo engenheiro e consultor técnico do evento, José Starosta, o painel levantou tópicos importantes, como o PL 414, também chamado de PL da modernização do setor elétrico, transição energética, eletromobilidade e sustentabilidade econômica do setor.
Na ocasião, Madureira, da Abradee, destacou que as distribuidoras de energia têm feito robustos investimentos e não apenas em postes e cabos, mas sim em novas tecnologias, como sensores e softwares, a fim de tornar as redes mais modernas e inteligentes. “Os investimentos na modernização da rede são fundamentais para que a transição seja feita de forma segura. Temos que ter sistemas eficientes que tenham resiliência para permitir que as medidas propostas pelo PL 414 sejam implantadas, é importante termos uma rede que atenda a todas essas variações, o que inclui equipamentos eficientes e tecnológicos, como sensores e outros equipamentos”.
Salas e Nunes concordam sobre a necessidade de um arcabouço de infraestrutura para dar suporte à transição energética. “O setor elétrico está vivendo hoje o real momento da transformação e requer dos legisladores e de todos os agentes do setor, incluindo o consumidor, uma participação cada vez mais ativa”, comenta Nunes, presidente da Enel Goiás.
Para José Luis Salas, a transição energética é um grande desafio sob o ponto de vista regulatório. “Toda essa transição vai precisar de uma mudança na regulação para permitir uma transformação sustentável. É um grande desafio para as distribuidoras juntamente com o Governo e com a agência reguladora”, avalia.
Questionado sobre a atuação da Enel em Goiás, cuja concessão foi adquirida pelo Grupo Equatorial, o presidente José Nunes contou que foram muitas lições aprendidas. “Goiás tem uma zona rural muito extensa, tinha e ainda tem uma infraestrutura elétrica muito frágil e com intempéries climáticas mais agressivas, como no mundo todo. Posso dizer que estamos, nesse momento, vivendo o início da temporada das chuvas, em que as redes são mais afrontadas pelas condições climáticas, e temos observado que cada dia lidamos melhor com isso. Foram mais de 30 mil km de rede construídos com novas tecnologias, mas a malha total conta com 240 mil km, então, o desafio é grande, mas os alicerces estão robustos para a distribuidora continuar avançando”, conclui.
O congresso seguiu com uma palestra da EDP Transmissão, em que o gerente de projetos Renato Teixeira Souza levou para o debate a expansão e o processo de eficientização da malha de transmissão na região. A companhia tem em seu portfólio 2500 km de linhas de transmissão, 31 subestações com atuação em 8 estados. O seu plano de expansão inclui participação nos leilões da Aneel, complexificação do sistema, acréscimo no número de fontes e redução de impactos ambientais. Apenas nos leilões – um no segundo semestre de 2022 e dois em 2023 – a companhia prevê investir até R$ 50, 4 bilhões. Já os aportes em renovação de ativos previstos chegam a R$ 36,2 bilhões entre 2022 e 2031 e diz respeito à substituição de equipamentos, melhorias e reforços, manutenção da disponibilidade e investimentos em segurança e na qualidade do sistema.
Destaque também para o painel de debates sobre geração distribuída e os desafios para o avanço das fontes renováveis no Centro-oeste, em que especialistas discutiram os benefícios da GD para a sociedade e os desafios regulatórios a serem vencidos.
Foram muitos os temas relacionados a planejamento e política energética, assim como palestras e debates sobre assuntos técnicos relevantes para o desenvolvimento do setor elétrico. Também compuseram a programação palestras técnicas ministradas por especialistas de empresas fornecedoras de produtos e serviços para todo o setor energético, as quais estavam participando da feira de negócios.
Com o lema “o ponto de encontro da engenharia elétrica”, o evento tem viajado por diferentes Estados brasileiros, ao menos quatro vezes ao ano, com o objetivo de disseminar informações técnicas do setor elétrico, agregadas ao conhecimento que cada Estado tem a oferecer.
No total, a edição de Goiânia contou com 72 palestrantes, que contribuíram com o evento compartilhando conhecimento por meio de palestras técnicas e painéis de debate nos dois dias de programação.
Além do conteúdo, o evento contou com uma área de exposição com mais de 30 empresas do setor elétrico, entre fabricantes, distribuidores de materiais elétricos e prestadores de serviço. Somados, congresso e feira de negócios, os ambientes proporcionam um ecossistema ideal para atualização profissional, realização de negócios e muito networking. “O evento é itinerante e, pelo fato de sair de São Paulo, faz com que preenchamos uma carência técnica que existe Brasil afora. Criamos um evento que marca a região pela qual o CINASE passa, com a chance de o profissional se atualizar sobre o que há de novidade no setor, seja em relação a novas tecnologias, seja quanto às atualizações normativas”, declara o diretor do evento, Adolfo Vaiser.
Em 2022, o CINASE já esteve em Salvador (BA), em Goiânia (GO) e chega a Campinas nos dias 09 e 10 de novembro. Para 2023, as cidades a receberem o evento já foram escolhidas: Belém (PA), Curitiba (PR), Fortaleza (CE) e Rio de Janeiro (RJ). Em breve, as datas serão anunciadas. Acompanhe as novidades em www.cinase.com.br
Prêmio OSE de Qualidade das Instalações Elétricas
Na noite de 11 de outubro, aconteceu a tradicional entrega do 9º Prêmio OSE de Qualidade das Instalações Elétricas, instrumento que reconhece as boas práticas da engenharia que levam em consideração critérios importantes, como qualidade técnica, eficiência energética, sustentabilidade e inovação.
A ocasião marca a abertura do CINASE e reúne o público para acompanhar a cerimônia de premiação, assim como a homenagem feita a um profissional do setor elétrico da região. Nesta oportunidade, o homenageado foi o engenheiro Antônio Cesar Baleeiro Alves, professor titular aposentado da Universidade Federal de Goiás.
Confira, a seguir, os projetos vencedores do 9º Prêmio O Setor Elétrico de Qualidade das Instalações Elétricas – Edição Goiânia: