Com hidrelétricas em crise, microgeração de energia solar deve liderar a expansão da matriz em 2025, apontam especialistas

Devido a falta de chuvas, hidrelétricas atuam em baixa e a previsão aponta novos apagões e taxas altas para o próximo ano, impulsionando a busca por energia solar

A escassez de chuvas tem comprometido a capacidade das hidrelétricas, principal fonte de energia do país, resultando em apagões e aumentos nas tarifas de energia. Para 2025, especialistas preveem um cenário similar, caso os níveis dos reservatórios continuem baixos, será necessário o acionamento de termelétricas, elevando ainda mais os custos para os consumidores.

Em resposta a esse cenário, a microgeração de energia solar deve registrar aumento de 25% e liderar a expansão da matriz fotovoltaica em 2025, de acordo com a  Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar). Segundo a projeção da organização, o setor fotovoltaico, que já é a segunda maior fonte de energia do Brasil com, 20,7% da matriz, deve acumular 65 GW de capacidade instalada no país, sendo 43 GW de geração distribuída, ou seja, provenientes de pequenos e médios sistemas instalados pelos consumidores nas residências, pequenos negócios, propriedades rurais e prédios públicos.

Para Luca Milani, CEO e fundador da 77Sol, maior ecossistema de energia solar do Brasil, a adoção da energia solar é o primeiro passo para a transformação do setor de energia no país. “Com a geração própria, o consumidor consegue se proteger dos reajustes e da falta de estabilidade das concessionárias atualmente, além  de transformar uma despesa contínua em um investimento com retorno a longo prazo. A GD (geração distribuída) contribui ainda para a transição energética sustentável e para o abastecimento geral, uma vez que esses microgeradores podem também ceder o potencial energético gerado nas suas residências para que as concessionárias distribuam a fim de evitar quedas de energia em determinadas regiões”, pontua. 

Apesar das perspectivas positivas, o setor enfrenta desafios. A recente elevação do imposto de importação sobre módulos fotovoltaicos, de 9,6% para 25%, pode encarecer os kits solares em até 13%, conforme projeções da consultoria Greener. Isso pode estender o tempo de retorno do investimento de 3 para 3,2 anos. Além disso, questões como o aumento da taxa de juros dos financiamentos solares também pode impactar a viabilidade dos projetos para parte da população.

“Sabemos que existem entraves para o desenvolvimento da geração distribuída no Brasil, principalmente considerando fatores externos como a tendência de alta do juros, porém vale lembrar que o país é reconhecido mundialmente por sua alta incidência solar, o que potencializa o retorno sobre o investimento e garante e garante recursos naturais abundantes para o bom desempenho dessa fonte energética. Com as medidas certas, este é um setor que tende ao crescimento infinito.”conclui Milani. 

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