Imagine que durante a execução de um serviço de comissionamento em uma usina fotovoltaica, cuja corrente elétrica é contínua, aconteça o rompimento de um cabo. A consequência seria o desenvolvimento de um enorme arco elétrico, uma descarga elétrica de temperatura tão elevada que é capaz de derreter ou fazer com que determinados materiais evaporem. Tamanha potência, poderia resultar em um acidente sem precedentes.
Essa é uma situação a que qualquer sistema fotovoltaico – que converte a luz solar em eletricidade – está sujeito, contudo, a preocupação com a segurança ainda é muito negligenciada, mesmo com a adoção desses sistemas em ascensão. Para se ter uma ideia, a evolução da fonte solar fotovoltaica no Brasil cresceu de 14 MW de potência instalada em 2013 para 39.857 MW em fevereiro de 2024, um aumento de mais de 284 mil % em pouco mais de 10 anos, segundo dados da ANEEL e da ABSOLAR deste ano. Os órgãos apontam, ainda, que a matriz elétrica brasileira corresponde a 227.735 MW, sendo a fonte solar fotovoltaica responsável por 17,5% deste montante.
Prevenindo incidentes
Apesar da engenharia e da tecnologia empregada nos sistemas fotovoltaicos, nenhum deles é à prova de falhas. Tendo em vista este cenário, é fundamental contar com equipamentos adequados para executar a instalação, o comissionamento e a manutenção dos sistemas a fim de garantir a segurança.
Um sistema fotovoltaico é formado por um conjunto de modo, placas, inversor, cabos, conexões e quadro de distribuição e, justamente por conta dessa estrutura complexa, demanda a realização de um comissionamento para assegurar não só a segurança, como também o desempenho e a eficiência energética, e ainda reduzir o tempo de inatividade por falhas, otimizando custos.
Assim, ao finalizar a instalação de um sistema fotovoltaico é crítica a importância de realizar o comissionamento para garantir que toda a estrutura esteja funcionando da maneira correta, conforme projetado. Durante essa atividade, são avaliados todos os componentes do sistema, que incluem conectores, isolamento, inversores e tensão elétrica. Para tanto, o mercado conta com equipamentos robustos e especializados que oferecem medições precisas e garantem a proteção contra acidentes, como o desencadeamento de arcos elétricos.
Após essa checagem, também é fundamental manter um fluxo de manutenção do sistema, com limpezas e verificações completas periódicas. E, ainda, outro passo essencial é o treinamento adequado dos profissionais que atuam com os sistemas fotovoltaicos a fim de elevar ainda mais a segurança.
À medida que a energia solar continua a crescer globalmente, especialmente em países líderes como o Brasil, a atenção à segurança e à manutenção preventiva torna-se ainda mais crucial. A instalação e a manutenção dos sistemas fotovoltaicos, portanto, exigem um cuidado meticuloso e a aplicação de práticas de segurança rigorosas para evitar incidentes graves. Isso não apenas protege os negócios e o meio ambiente, mas salva vidas, e reforça a importância de uma abordagem proativa para a segurança em energia solar.
Sobre o autor
Diego Guillen é Key Account Manager da Fluke do Brasil, companhia líder mundial em ferramentas de teste e medição presente em diversos segmentos da indústria.