Como vai sua PDA?

Edição 121 – Fevereiro de 2016
Por Jobson Modena

Sites internacionais noticiaram, recentemente, a incidência de raio em um pilar da maior ponte de Seoul, capital sul-coreana. Segundo o texto, o impacto provocou o corte de um dos cabos de sustentação da mesma, situação que até então parecia improvável, mas aconteceu, o que inevitavelmente direciona o pensamento para a segurança atualmente existente (há?) nas pontes e em outras estruturas de grandes dimensões do Brasil.

Considerando a evidente falha na PDA* – Proteção contra descargas atmosféricas –, fica a dúvida se o fato ocorreu por se tratar de cálculos e execução inapropriados ou, em caso da realização de uma correta análise e gerenciamento de risco, foi prevista a remota e aceitável probabilidade da ocorrência (um evento em centenas de milhares de anos) desses danos causados pelo impacto direto na estrutura.

O que parece evidente é que a cada dia que passa se torna mais imperativo aperfeiçoar a PDA considerando cada vez mais elementos anteriormente negligenciados.

O nivelamento técnico profissional quanto aos novos parâmetros recém-publicados na ABNT NBR 5419:2015 e como utilizar de maneira correta as equações para análise e gerenciamento de risco, assim como a execução da manutenção preventiva do SPDA – Sistema de proteção contra descargas atmosféricas (externo e interno), tornam a proteção mais precisa e eficaz.

Não se deve esquecer que a PDA faz parte de um conjunto de segurança que deve ser mantido, revisto e melhorado a fim de garantir o seu objetivo principal. A seguir, algumas sugestões para que sua PDA seja confiável:

  • Não entende do assunto, contrate alguém que entenda;
  • Escolha os profissionais através de nivelamento técnico e não comercial;
  • Procure referências de trabalhos anteriormente executados, se possível visite os locais e avalie os resultados;
  • Proteção e estética podem coexistir, mas essa não deve ser a condição principal;
  • PDA deve ser realizada, preferencialmente, na etapa do projeto, complementando a instalação elétrica;
  • Os trabalhos estão ligados com obras e, portanto, haverá quebra, reconstituição, barulho;
  • Após a proteção instalada exija documentação (projeto de PDA não é um desenho em um “papel de pão”) instruindo-o quanto aos procedimentos para a manutenção do sistema;
  • A ART – Anotação de responsabilidade técnica – é um documento fundamental para ambas as partes dessa relação.

* Importante lembrar o conceito que engloba a nova proteção contra descargas atmosféricas. A PDA é um conceito muito mais amplo de proteção que envolve o SPDA e as MPSs – Medidas de proteção contra surtos. Enquanto o SPDA trata da proteção conhecida e já tratada na versão de 2005 da ABNT NBR 5419, envolvendo os subsistemas de captação, descida e aterramento, mais interligações, materiais e dimensões, as MPSs vinculam de forma indissociável a proteção contra descargas atmosféricas às instalações elétricas, tratando de equipotencialização (direta e indireta), o encaminhamento dos condutores da instalação (roteamento), a blindagem e a instalação dos DPSs, todos compondo as ZPRs – Zonas de proteção contra raios.

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