A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) divulgou nesta terça-feira (23) projeções que indicam um aumento médio de 5,6% nas contas de luz ao longo de 2024. O valor ultrapassa as estimativas de inflação para o mesmo período, conforme apontado pelo último boletim Focus do Banco Central, que projetou uma inflação de 3,86%.
De acordo com Sandoval Feitosa, diretor-geral da Aneel, três fatores principais contribuem para essa elevação acima da inflação. Em primeiro lugar, destaca-se a expansão da rede básica de energia, com leilões de linhas de transmissão previstos para 2023 e 2024, somando expressivos R$ 60 bilhões em novos investimentos. Para viabilizar tais projetos, as concessionárias necessitam ser remuneradas via tarifas, impactando diretamente no custo repassado aos consumidores.
O segundo motivo apontado pelo diretor é o aumento dos subsídios no setor elétrico. Com a busca por fontes mais sustentáveis e a necessidade de incentivos para a geração de energia limpa, os subsídios têm sido ampliados, refletindo diretamente na composição das tarifas pagas pelos consumidores.
Já o terceiro fator de impacto apontado por Feitosa é o fim da devolução dos créditos tributários decorrentes da exclusão do ICMS da base de cálculo de PIS/Cofins. Nos últimos anos, mais de R$ 50 bilhões foram devolvidos aos consumidores devido a pagamentos indevidos, proporcionando um alívio nas contas de luz. Contudo, a maioria desses créditos foi utilizada em 2022 e 2023. Com apenas um valor residual disponível, o impacto positivo nas contas de luz torna-se menor em 2024.
Diante desse cenário, especialistas aconselham que consumidores busquem alternativas para otimizar o consumo de energia, como a adoção de práticas mais sustentáveis e a utilização de tecnologias mais eficientes. Isso inclui, por exemplo, a preferência por equipamentos eletrônicos com o selo Procel, que indicam o consumo, buscando sempre optar pelos mais econômicos.