Segundo a Abinee, mais da metade das empresas consultadas já apresenta problemas no recebimento de insumos; algumas já falam em paralisar produção
Sondagem realizada pela Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) com as empresas fabricantes de produtos do setor eletroeletrônico apontou que 52% das entrevistadas já apresentam problemas no recebimento de materiais, componentes e insumos provenientes da China. Essa situação foi observada principalmente entre as fabricantes de produtos de Tecnologia da Informação (celulares, computadores, entre outros). A pesquisa foi realizada no dia 05 de fevereiro de 2020, com a participação de cerca de 50 indústrias das diversas áreas do setor eletroeletrônico.
O atual desabastecimento de componentes e insumos é consequência da paralisação de algumas fábricas na China decorrente da epidemia de coronavírus que está ocorrendo naquele país.
Conforme o levantamento, caso essa situação persista, 22% das empresas pesquisadas sinalizam eventuais paralisações na produção nas próximas semanas, visto que a falta de materiais, componentes e insumos oriundos da China dificulta a continuidade da fabricação de bens do setor eletroeletrônico. Mesmo as entrevistadas que ainda não foram afetadas por esse problema citaram que se o abastecimento de componentes e insumos da China não se normalizar nos próximos 20 dias será muito difícil conseguir manter o mesmo ritmo de atividade nos próximos meses.
“Estamos muito preocupados com os impactos na produção do setor e continuamos avaliando a situação de perto”, afirma o presidente executivo da Abinee, Humberto Barbato.
Vale lembrar que a China é a principal origem das importações de componentes do Brasil, totalizando US$ 7,5 bilhões em 2019, o que representa 42% do total.
Destaca-se também que os demais países da Ásia foram responsáveis por 38% das importações de componentes elétricos e eletrônicos em 2019. Portanto, a região total da Ásia representou 80% da origem dos componentes elétricos e eletrônicos do País.