Distribuição: o compromisso de modernização e melhorias do segmento frente aos desafios

Marcos Madureira

Para que a energia elétrica se materialize em nossas casas, nos hospitais, escolas, indústrias e no campo, ela percorre um longo caminho, passando pelo trabalho de diferentes agentes. Depois de sair da usina geradora e passar pelas linhas de transmissão, a energia chega até as subestações das distribuidoras para ser entregue aos consumidores. A partir daí, podemos dizer que uma nova engrenagem, cheia de peças, entra em ação: as distribuidoras de energia elétrica. E para que todos tenham o acesso a esse bem universal, o processo de distribuição passa por um complexo trabalho de gestão e operacionalização das empresas.

Todos os anos, as empresas de distribuição pautam suas ações em dois pilares fundamentais: a busca permanente pela excelência dos serviços prestados à população e a busca pelos melhores preços a serem ofertados aos consumidores. Para isso, investem continuamente em tecnologia e inovação aplicadas na melhoria das redes elétricas brasileiras. A cada ano, o setor investe também em Pesquisa e Desenvolvimento, gerando melhores resultados.

Nos últimos anos, os investimentos anuais foram da ordem de R$ 18,8 bilhões, para expandir e modernizar as redes e identificar meios inovadores de levar energia de forma eficiente, segura e sustentável a todos que dependem dela. E mesmo com a pandemia da Covid-19 afetando a sustentabilidade econômica e financeira das distribuidoras, os investimentos foram mantidos.

Este ano, com mais um desafio trazido pela crise hídrica que vem gerando alta nos preços da energia elétrica (pelo maior despacho das termelétricas), risco ao suprimento e à sustentabilidade econômica das distribuidoras, os investimentos chegarão à mesma ordem de valor.

Tais investimentos vêm se materializando na qualidade das entregas das distribuidoras nos últimos anos. É o que aponta a melhora dos últimos indicadores anuais de DEC (Duração Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora) e FEC (Frequência Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora), calculados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL).

Ainda, a distribuição de energia elétrica no Brasil é considerada o setor que presta o melhor serviço público em avaliação pelo consumidor residencial, conforme atesta pesquisa Ibope/CNI. Também tem o serviço aprovado por 74,4% dos consumidores residenciais brasileiros, ou seja, por uma média de 3 em cada 4 moradores no Brasil, segundo pesquisas do Instituto Innovare.

As distribuidoras de energia movimentam um segmento que é responsável por atender a toda a economia do País e a sua população. Elas estão presentes em 99,8% dos domicílios brasileiros atendendo a mais de 86,7 milhões de consumidores, seja nas cidades, no campo, no comércio ou na indústria. Representam diretamente 3,9% do Produto Interno Bruto Nacional (PIB) e geram mais de 211 mil empregos diretos. É um serviço essencial à qualidade de vida e que se renova a cada dia para atender à expectativa do País e de cada consumidor.

Para que tais resultados sejam alcançados, por meio da ABRADEE, grupos de trabalho são estabelecidos para a troca constante de experiências e informações entre representantes das empresas de distribuição, resultando no aprimoramento da gestão empresarial. Dessa interação, aliás, resultaram as principais metodologias e ferramentas para o segmento, entre elas a Pesquisa de Comparação Internacional de Tarifa, a Pesquisa ABRADEE de Satisfação do Cliente Residencial, o Prêmio ABRADEE e o Programa Benchmarking, por exemplo.

E nessa busca permanente pela qualidade nos serviços prestados, cabe destacar os investimentos em pesquisas junto aos consumidores e campanhas nacionais, como a Semana de Segurança e Uso Consciente da População com a Rede Elétrica e campanhas de uso racional da energia.

Ainda com foco nos consumidores de energia, por meio da ABRADEE, as distribuidoras atuam em diferentes frentes de trabalho voltadas à modicidade tarifária, desenvolvendo importantes trabalhos junto ao órgão regulador, Ministério de Minas e Energia e nos âmbitos Legislativo e Judiciário (Nacional e Regional). O objetivo principal é a sustentabilidade do segmento de distribuição e a redução dos custos presentes na conta de luz dos brasileiros, cuja composição, hoje, apresenta-se com sobrecarga de encargos setoriais e tributos. Tais custos chegam a quase metade do valor da conta que a população paga no fim do mês.

Por isso, os subsídios embutidos nas contas de luz são um tema que sempre está na pauta de atuação das distribuidoras de energia, também em prol dos consumidores. Subsídios como os pagos pela Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) e outros ocultos como o da Geração Distribuída (GD) – atualmente em discussão na Câmara dos Deputados – elevam as tarifas.

Mais desafios: Covid-19 e Crise Hídrica- Com a pandemia da Covid-19 e o impacto da crise no setor elétrico, mais especificamente nas distribuidoras de energia, as empresas de passaram a lidar com novas prioridades, novas demandas, novas formas de atuação e novos desafios. Só duas coisas podemos dizer que não mudaram: o consumidor, objeto primado dos nossos serviços, e a busca permanente pela preservação da qualidade dos serviços que prestamos à sociedade brasileira.

As distribuidoras de energia elétrica se adaptaram ao novo contexto reorganizando o trabalho de seus colaboradores, priorizando atendimentos remotos, lançando mão de novas tecnologias, novas linhas de comunicação com o cliente e medidas para lidar com as altas da inadimplência.

Por meio da ABRADEE, foram muitos os esforços junto à ANEEL, MME, Ministério da Economia, dentre outros agentes, em busca de medidas que ajudassem a mitigar os impactos econômicos ao setor, preservando a cadeia de suprimento e garantindo, assim, a prestação deste serviço tão essencial à vida de todos nós, a energia elétrica.

Agora, a crise hídrica obrigou a ANEEL a decretar aumento da bandeira tarifária em função da necessidade de maior despacho das usinas termelétricas. As distribuidoras se mantêm presentes no apoio às medidas que visam mitigar os impactos de mais esse desafio que o setor elétrico brasileiro enfrenta.

 

Marcos Madureira é presidente da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia (Abradee).

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