Como já escrevi nos artigos anteriores que compõem esta série, a energia mais barata, com menor impacto ambiental, e mais eficiente, é a energia economizada.
Assim como os organismos vivos, as instalações elétricas envelhecem e perdem rendimento, e com este envelhecimento, é necessário a realização de processos de manutenção e/ou substituição de partes e peças, de modo a mantê-la eficiente, seja do ponto de vista funcional, operacional e das perdas de energia.
Com o envelhecimento da instalação, os contatos elétricos passam a ter uma resistência ôhmica maior, por conta da oxidação e/ou por afrouxamento dos parafusos, acrescentado perdas por aquecimento, que podem facilmente serem evitadas. Neste cenário, é perceptível que procedimentos de manutenção preventiva são capazes de prover a revitalização adequada e recolocar as instalações muito próximas da vitalidade original.
Entretanto, estes procedimentos podem ter, ao longo do ciclo de vida útil, um custo associado de mão de obra bastante elevado, visto que a quantidade de pontos de contato nas instalações elétricas é muito grande e a avaliação do custo benefício pode, em alguns casos, inviabilizar a manutenção. Com base nesta premissa, surge o conceito de termografia, que através da temperatura relativa (ambiente versus ponto de leitura) pode identificar os pontos com aquecimento acima do normal e também a comparação periódica, ou seja, anualmente realizando a termografia naquele ponto temos um histórico como base de comparação.
O procedimento de termografia, bastante utilizado nos últimos 30 anos, atualmente, nem tanto, em alguns minutos, faz a leitura de uma grande quantidade de pontos de contato, muito mais rápido que um procedimento de desligamento e reaperto geral. Evidentemente que a termografia se mostra muito interessante neste cenário, mas é necessário lembrar que ela faz “uma fotografia” do momento, e por amostragem, mesmo assim, traz bons resultados.
Evidentemente, nos dias de hoje, ainda é possível acrescentar outras duas variáveis: a exposição ao risco de acidente do colaborador que executa a termografia, em muitos casos, fica exposto ao circuito elétrico energizado para realizar a leitura, e o advento dos sensores da revolução da indústria 4.0. Esses sensores são capazes de nos fornecer, não somente uma fotografia da temperatura das instalações elétricas, mas um monitoramento em tempo real, cujos dados tratados com inteligência artificial, podem nos desenhar cenários hipotéticos de aquecimento de todos os contatos, com base no histórico daquele próprio ponto. Fazendo uma correlação entre a exposição ao risco e os sensores, com o surgimento destes, é possível eliminar o risco de acidentes não mais realizando a termografia tradicional, substituindo com vantagens por sensores, por um custo compatível ao longo do ciclo de vida útil da instalação.
Como disse ao longo deste artigo e das três partes anteriores, será que a decisão de compra atual persegue o menor custo de instalação, operação e manutenção da instalação ao longo do ciclo de vida dela?
Se a resposta acima foi não, sugiro que procure estudar este assunto mais à fundo. Espero que estas provocações tenham, de alguma maneira, trazido à luz esses importantes conceitos de que as instalações elétricas, se bem projetadas, realizadas e mantidas, podem colaborar, e muito, para instalações mais eficientes. Até breve!
Sobre o autor
Nunziante Graziano é engenheiro eletricista, e diretor da Gimi Pogliano Blindosbarra Barramentos Blindados e da GIMI Quadros elétricos. | [email protected]