Edição 119 – Dezembro de 2015
Gerenciamento de energia e automação
Acompanhando o pessimismo da indústria eletroeletrônica, que deverá ter queda de faturamento de 10%, empresas da área de gerenciamento de energia e automação almejam crescimento de seu mercado de apenas 2%.
Em um ano no qual o faturamento real (descontada a inflação) da indústria eletroeletrônica deverá apresentar uma queda de 10%, e em que os mercados de componentes eletrônicos e de material de instalação devem registrar variação real negativa de 5% e 17%, respectivamente, conforme dados da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), os fabricantes e distribuidores de equipamentos de gerenciamento de energia e automação não poderiam estar muito otimistas. Em pesquisa realizada com 61 empresas deste segmento, a revista O Setor Elétrico apurou que a previsão do crescimento do tamanho anual do mercado para 2015 é de apenas 2%. Na pesquisa do ano passado, as empresas projetaram um crescimento do mercado de 9%.
No que se refere ao crescimento médio das próprias companhias em 2015, a visão dos fabricantes e distribuidores também se tornou mais pessimista quando em relação à mostrada no levantamento de 2014. Na ocasião, as empresas aguardavam elevação de 13%. Na pesquisa deste ano, mesmo tendo registrado crescimento médio de 10% em 2014, a expectativa dos participantes é de que o acréscimo médio em 2015 seja de apenas 4%. O baixo incremento será sentido também, conforme as empresas, no acréscimo ao quadro de funcionários das companhias da área neste ano: os fabricantes e distribuidores projetam elevação de somente 4%. Este número, porém, é bem melhor do que o esperado pela indústria eletroeletrônica, que trabalha com uma variação real de -13% no número de empregos no setor.
A pesquisa desta edição também corrobora com o levantamento da Abinee no que tange aos motivos que levaram a estes prognósticos tão desfavoráveis do setor eletroeletrônico em geral e do mercado de equipamentos de gerenciamento de energia e automação especificamente. A associação apresentou a crise política e econômica que o país vem enfrentado como o motivo para que os números da indústria decaíssem tanto. Já no levantamento, quando questionados sobre o fator que mais impactou o mercado em 2015, a maior parte das empresas entrevistadas (29%) apontou a desaceleração da economia brasileira. Os outros dois itens mais votados pelas companhias entrevistas, falta de confianças dos investidores (18%) e desvalorização da moeda brasileira (17%), também estão estreitamente relacionados aos problemas econômicos enfrentados pelo Brasil atualmente.