Esses e outros projetos farão parte do I Seminário Nacional de Hidrogênio Verde (Senahidro), que acontecerá nos dias 27 e 28 de maio, em Brasília
Com as mudanças climáticas cada vez mais intensas e frequentes, medidas de redução de emissões de gás carbônico em diversos setores da economia se tornaram não apenas necessárias, mas urgentes. Pensando nisso, um grupo de pesquisadores do Ceará desenvolveu um estudo que dimensionou a infraestrutura necessária para a total descarbonização da frota de ônibus urbano de Fortaleza por meio da produção e hidrogênio verde e de energia eólica. Além dos benefícios ambientais, a ação traria uma economia de mais de R$ 1,8 bilhão ao sistema.
Pela proposta dos estudantes da Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE) e da Universidade Federal do Ceará (UFC), a substituição dos veículos tradicionais, a diesel, por ônibus com Células de Combustível a Hidrogênio demandaria uma geração anual de 766,93 GWh de energia elétrica. Como tanto a geração eólica quanto a produção do H2V são fontes limpas de energia, estima-se que a mudança evitaria a emissão de 58 toneladas de CO2 equivalente (CO2eq) anualmente na atmosfera.
Além da economia de quase R$ 2 bilhões, que se refere ao tempo de vida útil da maioria dos equipamentos, na comparação com a frota a diesel, outro fator positivo é a projeção, pelos pesquisadores, de um retorno do investimento em cerca de 13 anos. O estudo leva em conta um parque eólico com capacidade de geração anual de 840 GWh e infraestruturas como subsistemas de produção, armazenamento, compressão e abastecimento.
Os pesquisadores destacam que o setor de transportes é o segundo mais poluente da atmosfera. A mudança da matriz energética da frota municipal seria, portanto, uma contribuição importante para mitigar os efeitos da concentração de Gases de Efeito Estufa (GEEs) no ar, sobretudo de Dióxido de Carbono (CO2).
Esses e outros projetos farão parte do I Seminário Nacional de Hidrogênio Verde (Senahidro), que acontecerá nos dias 27 e 28 de maio, em Brasília. O evento terá trabalhos técnicos selecionados, painéis e palestras de pesquisadores de vários lugares do país, além de uma feira de negócios, a ExpoH2V, que reunirá startups, agentes públicos e privados, universidades, entre outros, mostrando o que há de novo no mercado, as tendências na cadeia de negócios do Hidrogênio Verde.