- Monitoramento da condição do ativo
O monitoramento da condição do ativo tem como premissa a detecção prematura de anomalias antes que estas se tornem falhas. A curva PF, representada na Figura 1, indica como a condição do equipamento e novos indícios de uma provável falha em função do tempo são percebidos.
Neste cenário, as normas ISO 13379, ISO 13381, ISO 18436, ISO 55000 e VDI 3832, podem ser apontadas como principais guias para as definições e orientações necessárias para a correta implementação de um projeto de monitoramento de condição.
Através da aquisição de dados de variáveis de processo, diferentes técnicas podem ser utilizadas para a deteção, classificação e reconhecimentos de padrões. A ISO 13381 salienta a necessidade de correlacionar dados técnicos da máquina (especificações, registos de inspeção, histórico de falhas) e parâmetros de condição (níveis de vibração, temperatura). No entanto, na prática muitas companhias deparam-se em um cenário real apresenta frequentemente desafios na obtenção de todos estes parâmetros.
- Estratégia de Manutenção
Tradicionalmente, os planos de manutenção preventiva são baseados em tempo calendário ou por volume de produção. As programações baseadas em calendários são mais conservadoras e tem sua frequência ajustada de forma a evitar que um ativo seja submetido a uma avaria. Este cenário pode elevar os custos de manutenção, uma vez que a periodicidade definida precisa garantir um
determinado valor de confiabilidade alvo, podendo em muitos cenários o componente ter uma durabilidade superior, sendo substituído prematuramente.
Planos de inspeção também são uma abordagem comum, porém podem sofrer do mesmo efeito colateral das trocas periódicas: o ajuste em sua periodicidade precisa estar refinado, tendo intervalos capazes de detectar a anomalia antes que esta se torne uma falha. A estratégia de manutenção deverá pautar-se na busca do equilíbrio entre os custos de manutenção e custo de indisponibilidade do ativo. Conforme representado na Figura 2, os custos estão associados ao custo de manutenção preventiva e corretiva, somados ao custo de indisponibilidade daquele ativo.
Agir de modo reativo, eleva-se o custo total, uma vez que o ativo se torna mais indisponível devido à sucessivas falhas e atividades corretivas requeridas. No extremo oposto, está o modo excessivo, no qual também é observada uma elevada indisponibilidade do ativo, porém em decorrência de um elevado número de horas dedicadas à manutenção preventiva.
A estratégia de manutenção representa a abordagem a ser utilizada em um determinado grupo de ativos. Comumente, a estratégia é definida em função da criticidade do ativo, sendo equipamentos com maior classificação recebendo atividades de caráter preventivo e baseados em condição. A Figura 3 exemplifica a relação entre efetividade e eficiência, para cada estratégia de manutenção.
- Convergência IT-OT
Historicamente separados, é observada uma tendência de convergência entre os setores de OT e IT nas estruturas organizacionais de empresas industriais com estratégia de transformação digital. A tradicional Pirâmide da Automação, definida pela norma ISA 95, no contexto da Indústria 4.0 torna-se mais integrada: a distância entre os níveis operacionais e gerencias se torna mais curta, para tomada de decisões mais precisas e rápidas.
Sobre o autor
Caio Huais é engenheiro industrial, especialista em Engenharia Elétrica e Automação com MBA em engenharia de manutenção e gestão de negócios. Atualmente, ocupa posição de gerente corporativo de manutenção no Grupo Equatorial, respondendo pelo desempenho da Alta Tensão de 7 concessionárias do Brasil.