O projeto da Golar Power Brasil, empresa do Grupo Golar – uma das maiores empresas de logística de gás natural liquefeito (GNL) do mundo, vai gerar 300 novos empregos nos arredores do Complexo Industrial Portuário. Empresa mira o abastecimento às indústrias, comércio e postos de GNV/GNL de toda a região
Consolidado como polo logístico regional, Pernambuco deu um importante passo ao estabelecer um novo hub de abastecimento de gás natural no Nordeste. E a conquista deste diferencial para a atração de novos investimentos privados foi selada nesta sexta-feira (13), com a assinatura de um protocolo de intenções entre o Governo do Estado e a Golar Power Brasil, empresa do Grupo Golar – uma das maiores empresas de logística de GNL no mundo, para a implantação de um Terminal de Gás Natural Liquefeito (GNL) no Complexo Industrial Portuário de Suape. O aporte privado será de R$ 1,8 bilhão, com perspectiva de geração de 300 empregos diretos e indiretos.
Com início de operações previsto já para o segundo semestre deste ano, o projeto prevê uma infraestrutura de suprimento de gás natural para geração de energia elétrica, além de atender demandas das indústrias, comércio, postos de GNV/GNL e residências. Para isso, a Companhia Pernambucana de Gás Natural (Copergás) atuará em parceria com a empresa para interiorizar o gás natural em regiões do Estado que ainda não são atendidas pelas redes de distribuição tradicionais.
“A chegada da Golar Power vem fortalecer a economia de Pernambuco e ajudar na distribuição de gás a custo mais baixo para a população e empresas que adotam essa matriz energética, por meio de parceria com a Copergás. É um investimento expressivo que vai aumentar ainda mais a competitividade do nosso estado, criando ainda mais oportunidades de trabalho para os pernambucanos”, declarou o governador Paulo Câmara.
A instalação do terminal vai desenvolver a economia das cidades do interior do Estado e do Nordeste, em regiões não atendidas por gasoduto, uma vez que o fornecimento de gás natural nesses lugares será realizado por via rodoviária através de ISO-Contêineres (small scale). A Golar Power Brasil promove a interiorização do GNL no país por meio de um plano estratégico que contempla o Nordeste como região prioritária para a distribuição em pequena escala.
Segundo o CEO global da Golar Power, Eduardo Antonello, o incremento na oferta de GNL no Brasil vai promover o desenvolvimento econômico e social, gerando empregos e impulsionando a indústria. “O projeto de integração do GNL é único para toda a região, permitindo crescimento econômico e geração de empregos, além dos ganhos ambientais, extremamente compensatórios. Trata-se de uma energia mais limpa e barata, que pode ser utilizada tanto pelo setor industrial, quanto na substituição da frota atual do transporte de cargas. A conversão de caminhões a diesel pelo GNL, por exemplo, poderia reduzir o preço do frete no país, permitindo um melhor rendimento financeiro aos caminhoneiros”, afirma.
Este é mais um projeto que confirma a localização estratégica e infraestrutura favorável do Porto de Suape para implantação de grandes empreendimentos e operações complexas. Suape já é o maior hub de granéis líquidos e gases do país e, agora, será um dos principais hubs de distribuição de GNL no Nordeste, com total integração dos modais marítimo e terrestre.
“Todo o complexo industrial portuário de Suape é fruto de um planejamento muito bem feito, de mais de 40 anos. E o objetivo sempre foi transformar o porto em um hub de infraestrutura para todo o Nordeste. Nós já temos a maior movimentação de cargas e concentração de centros de distribuição e de indústrias do país, conseguimos atrair até uma refinaria. Agora, com essa nova regulamentação federal do mercado do gás, surgiu a oportunidade de montarmos essa nova infraestrutura, que vai ser importante para o desenvolvimento industrial e econômico do Estado. Com esse investimento de R$ 1,8 bilhão, será possível atender a demanda de Pernambuco e de outros estados nordestinos”, destaca o secretário de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco, Bruno Schwambach.
COMO SERÁ A OPERAÇÃO EM SUAPE
O terminal da Golar Power funcionará da seguinte forma: o navio de GNL Golar Mazo, com capacidade de 135 mil metros cúbicos e 290 metros de comprimento, atracará de forma permanente no Cais de Múltiplos Usos do Porto de Suape. Esta embarcação funcionará como supridor para abastecimento de isotanques (tipo de contêiner em forma de cisterna) montados em caminhões. Estes veículos, por sua vez, farão a distribuição para cidades num raio de até mil quilômetros. O escoamento por caminhão chegará a um volume de 800 m3 de GNL/dia, o que equivale a, aproximadamente, 480 mil m3 de gás natural por dia.
A distribuição de GNL também será feita a partir de Suape para outros estados do Brasil, por meio de cabotagem. O navio criogênico de pequeno porte do Grupo Golar será abastecido por transbordo e utilizado no transporte do GNL para outros portos da região. A embarcação possui 123 metros de comprimento e capacidade de armazenamento em cada operação de 7,5 mil m3 de GNL, equivalentes a 4,5 milhões de m3 de gás em estado natural.
GNL INCREMENTARÁ CARGAS NO COMPLEXO
Com o novo terminal, a expectativa é de aumentar a movimentação de cargas em mais de 500 mil toneladas por ano em Suape. Se considerarmos os planos futuros da Golar, de realizar suprimento a projetos termelétricos e às distribuidoras de gás natural conectadas a rede de gasodutos, este volume pode triplicar. O GNL utilizado nas operações poderá ser importado do Catar, Nigéria, Golfo do México ou Trinidade e Tobago. Em um horizonte de cinco a oito anos, poderia até mesmo ser produzido no Brasil a partir da liquefação da produção doméstica de gás natural e distribuído ao longo de toda a costa brasileira também por cabotagem.
“Além de fomentar a economia de Pernambuco, gerando emprego e renda para a população, a implantação do terminal de GNL no Porto de Suape reforça a nossa vocação como hub port no Nordeste. Atualmente, Suape é líder em granéis líquidos e gases do país. Em 2019, alcançamos o recorde histórico em movimentação de cargas, chegando à marca de 23,8 milhões de toneladas, das quais 74% foram líquidos e gases. Para 2020, estamos trabalhando fortemente para fazer outros anúncios deste porte, confirmando que Suape está numa curva de crescimento e de grandes investimentos”, comenta o presidente do Complexo de Suape, Leonardo Cerquinho.
COPERGÁS ATUARÁ NA INTERIORIZAÇÃO
O Projeto Rede Local da Companhia Pernambucana de Gás (Copergás), em parceria com a Golar Power, tem o objetivo de interiorizar o gás natural em regiões do Estado que ainda não são atendidas pelas redes de distribuição tradicionais. O fornecimento da Golar incluirá a instalação de equipamentos necessários à regaseificação do produto, operação, manutenção e assistência técnica necessárias à entrega do gás natural nestas localidades.
Petrolina, no Sertão do São Francisco, e Garanhuns, no Agreste Meridional, serão as primeiras cidades a serem atendidas pela rede local. A Copergás construirá a estação de distribuição e as redes que vão fornecer o combustível dentro dos dois municípios. O total dos investimentos nesses projetos é de R$ 15,9 milhões, sendo R$ 3,2 milhões em 2020 e o restante em 2021.
“Esse acordo com a Golar vai implementar aquela que é a prioridade do Governo Paulo Câmara e da Copergás: interiorizar a distribuição do gás natural, aumentando nossa competitividade e ajudando na atração de novos empreendimentos para o Estado. Além de mais econômico e seguro, o GN é mais sustentável que outros combustíveis. Essas vantagens estarão disponíveis para um número maior de pernambucanas e pernambucanos”, afirma o diretor-presidente da Copergás, André Campos.
O Projeto Petrolina será dividido em duas fases. A Fase 1 atenderá o Distrito Industrial de Petrolina, incluindo a construção de uma estação de regaseificação do GNL (transformação do gás natural líquido para a forma gasosa), uma estação de medição, redução de pressão e odorização do gás e da construção de 6,80 Km de redes de distribuição de gás natural através de tubos de Polietileno de Alta Densidade (PEAD). Serão atendidos os clientes Industriais e Postos de GNV, sendo os investimentos estimados em R$ 3,2 milhões. A previsão é a de distribuir o gás até o final deste ano.
A Fase 2, por sua vez, levará a rede de distribuição de gás natural, a partir do Distrito Industrial, para a Orla, o centro da cidade e também na direção do aeroporto. Essa expansão visa atingir os segmentos residenciais, comerciais, veicular e indústrias situadas fora daquela localidade. A construção compreenderá a instalação de aproximadamente 30 quilômetros de redes de distribuição de gás natural através de tubos de Polietileno de Alta Densidade (PEAD), com investimento previsto de R$ 9,3 milhões com um cronograma de execução de 12 meses, projetado para iniciar em fevereiro de 2021.
Em Garanhuns, serão construídos uma estação de regaseificação do GNL (transformação do gás natural líquido para a forma gasosa), uma estação de medição, redução de pressão e odorização do gás e da construção de redes de distribuição de gás natural através de tubos de Polietileno de Alta Densidade. Serão atendidos os clientes Industriais e Postos de GNV. Restaurantes e hotéis estão previstos em uma segunda fase. O investimento previsto é de R$ 3,4 milhões com um cronograma de execução de seis meses, a partir do próximo semestre.