Especialista em sistemas de cabos de energia e de telecomunicações, o Grupo Prysmian inaugurou na última semana seu novo laboratório de pesquisa e desenvolvimento de cabos de alta tensão, instalado em sua fábrica em Poços de Caldas (MG).
A nova estrutura se enquadra em uma série de melhorias e expansões realizadas pelo Grupo na operação mineira. Nos últimos cinco anos, foram investidos R$ 123 milhões, dos quais R$ 28 milhões correspondem ao aporte somente em 2023.
“Os investimentos credenciam a fábrica a não apenas produzir cabos isolados de até 145 kV, como também permitem testá-los e homologá-los sem recorrer a terceiros, verticalizando todo o processo dentro de uma mesma fábrica e acelerando o processo de entrega. Isso também nos abre a possibilidade de expandir o portfólio de produção de cabos com maiores classes de tensão”, explica Felipe Mottin, diretor comercial do Grupo Prysmian.
Capaz de realizar testes elétricos que chegam até 800 kV, o laboratório de 1.500 m2 “já nasce como o mais importante deste tipo na América do Sul, uma vez que nenhum outro na região possui tantos recursos à disposição”, destaca a companhia.
Ainda segundo o Grupo, os principais diferenciais estão no nível de tensão em 60Hz (400kV) e de impulso atmosférico (800kV), que são os maiores disponíveis no Brasil em um fabricante de cabos. Além disso, a infraestrutura disponível para realização completa de homologações de cabos de alta e média tensão também é única, não sendo necessário uso de laboratórios externos.
“O laboratório também foi desenvolvido para fazer a avaliação de descargas parciais; avaliação de tangente-delta; ciclos térmicos; ensaio de rigidez dielétrica; resistência elétrica do condutor; resistência elétrica da blindagem; capacitância; tensão elétrica DC aplicada na capa externa, entre outros. Ele conta ainda com os equipamentos adjacentes necessários para a ressonância do sistema, permitindo testes em longos lances de cabos em bobinas”, comenta Thiago Bragagnolle, gerente de laboratórios de P&D do Grupo Prysmian.
O primeiro teste realizado foi referente ao o fornecimento de 3 km de cabos com tensão máxima de 145 kV, seção nominal de 500 mm2, produzidos localmente para um projeto da Usina Jupiá, instalada no Rio Paraná na divisa entre São Paulo e Mato Grosso do Sul. O cabo vai conectar a eclusa à subestação da usina, substituindo um antigo cabo de óleo fluído (OF).
Com este novo laboratório, a Prysmian adiciona em sua operação brasileira o terceiro centro voltado à Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), juntando-se ao laboratório de desenvolvimento em Sorocaba (SP) e o de cabos umbilicais em Vila Velha (ES).
Liderança na transformação
Além de destacar todas as características do novo empreendimento, o evento de lançamento promoveu uma mesa redonda para analisar o cenário atual e os desafios do sistema elétrico de alta tensão do Brasil. Participaram da discussão o CEO da filial brasileira do Grupo Prysmian, Raul Gil Boronat; o presidente da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), Reynaldo Passanezi; o diretor de Atração de Investimentos da Invest Minas, Ronaldo Alexandre Barquette (representando o Governo do Estado de Minas); e o CEO da ISA CTEEP, Rui Chammas.
Estiveram em pauta temas como hidrogênio verde, tecnologias emergentes, reforma tributária, segurança jurídica e transição energética. Sobre esse último tópico, o presidente da Cemig foi além de citar a importância do protagonismo brasileiro na busca por uma energia mais limpa, destacando também a relevância corporativa neste cenário. “O processo de transição energética será liderado pelas empresas. Por isso, é muito importante mantermos um olhar além do resultado financeiro. Se focarmos apenas nisso, ficaremos para trás. De fato, precisamos olhar para o nosso propósito. A transformação social, hoje, não é mais liderada pelos governos, e sim pelas empresas“, salientou.