Em 2020, nos deparamos com diversos questionamentos e reflexões possíveis sobre o futuro da iluminação, tendências nos segmentos de mercado e o que deve ser o padrão de iluminação no mundo moderno. O que era uma inovação ontem, com o passar do tempo se torna senso comum e um conhecimento disponível para que seja utilizado para o bem de todos.
Na iluminação pública, a ampliação dos investimentos na aplicação de LED, além de ser uma tendência, tem se tornado a única opção disponível para buscar economia de energia e melhor qualidade nos sistemas que atualmente estão sendo projetados ou modernizados. O LED sendo a tecnologia mais disponível nos dias de hoje, tendo a melhor eficiência disponível e sendo a principal opção de aplicação dos recursos disponíveis para gerenciamento da iluminação das cidades, é visto como uma oportunidade de ganho financeiro, seja na produção de equipamentos, manutenção dos sistemas ou na concessão do sistema de responsabilidade dos municípios através de uma Parceria Público- Privada (PPP). Ao mesmo tempo, uma questão torna-se chave para seguirmos com esta busca por melhor qualificação dos sistemas de iluminação: onde queremos chegar com o LED e com a tecnologia aplicada na iluminação?
O que era raro ficou comum? O produto que ontem era caro, hoje, caiu de preço a ponto de desconfiarmos de sua confiabilidade e qualidade para garantir uma vida útil alta prometida nos “LM oitentas” e “TMs 21” da vida? O caro ficou barato pela popularização da tecnologia e pela escala de aplicação ou por abrirmos mão de requisitos que ontem eram essenciais e hoje estão sendo desprezados? O LED saiu da esfera técnica, acadêmica e de alto nível de especialização para ser algo trivial? O que diferencia um produto LED de mais alta qualidade de outro produto LED de qualidade aceitável e daquele de qualidade duvidosa? E qual a escolha correta nos dias de hoje entre a inovação e tecnologia de ponta ou o que me atende de forma mais eficiente, econômica e eficaz? Seria a vida útil e seus limites cada vez maiores, não havendo mais necessidade de manutenção e intervenções?
O mercado LED irá se auto regular ou deve ser balizado e regulado de acordo com os modelos atuais de regulação? Qual o futuro do modelo regulatório vigente baseado em certificação de produtos e sistemas? Qual o modelo regulatório ideal atualmente para ser aplicado em nosso país? Ainda há espaço para a inovação sem restrição pelos modelos regulatórios? A falta de exigência de cumprimento de normas pode ser a solução para um mercado que se auto regula ou voltaremos a ter os mesmos problemas que tínhamos com a falta de normas técnicas e regulação? O mundo precisa de mais ideias, mais tecnologia e mais inovação, ou de pessoas que apliquem o conhecimento existente para melhoria do que temos hoje? As perguntas se somam e se repetem se houver uma única resposta correta.
O que devemos vender: lux, candelas por metro quadrado ou experiências de iluminação? Como o profissional deste mercado deve reagir às constantes mudanças e novos paradigmas? As perguntas são diversas e o tempo responderá sobre o futuro do LED na iluminação e de que forma produziremos bens e serviços neste segmento daqui para frente. Em tempos de incertezas e de dúvidas, agir com prudência e tranquilidade, prezando pela qualidade da informação, transparência e pela segurança das pessoas, respeitando os limites da luz pode ser uma alternativa interessante para seguirmos evoluindo e aprendendo a usar a iluminação em benefício das pessoas e da qualidade de vida.