Organizado pelo Instituto Abradee, evento contou com a participação do presidente da Aneel, Sandoval Feitosa, além de especialistas nacionais e internacionais
Ao falar sobre os impactos das mudanças climáticas no setor elétrico brasileiro, o diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Sandoval Feitosa, afirmou que as palavras de ordem para o momento são: adaptação e mitigação. A declaração foi feita durante o seminário “Eventos Climáticos Extremos: Experiência Internacional e Impactos nas Redes de Energia Elétrica”, realizado em Brasília, nesta quarta-feira (11), pelo Instituto Abradee, ligado à Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), em parceria com a Agência Infra.
“Tempestades, ventos e chuvas acima da média histórica, em uma determinada região do país, especificamente a região Sul e Sudeste. No outro extremo, região Norte do Brasil, secas prolongadas. Em cada uma dessas realidades climáticas temos os desafios que são enfrentados pelo setor elétrico. Então, as palavras do momento são: adaptação e mitigação. Temos um longo caminho a seguir para descarbonizar os diversos setores da economia, para que possamos reduzir a magnitude das mudanças climáticas e seus efeitos, trata-se de um esforço global coletivo de extrema importância”, defendeu Sandoval.
À frente de um dos segmentos mais afetados pelos eventos climáticos extremos, o presidente da Abradee, Marcos Madureira, listou uma série de iniciativas que a instituição vem adotando para contribuir com a mitigação dos impactos climáticos do setor. “Tem algo diferente acontecendo no planeta e as consequências são essas que estamos vendo. O nosso objeto aqui é trazer conhecimento, experiências que possam nos ajudar a decidir o que fazer de uma maneira focalizada. É isso que a Abradee está buscando em diversas frentes, por isso, estamos desenvolvendo um projeto de P&D junto à ANEEL. Além disso, fizemos missões nos Estados Unidos e Reino Unido e o resultado disso é o que estamos fazendo hoje, ao trazer conhecimento para que possamos discutir e tomar as decisões mais adequadas para superarmos esses desafios climáticos”, destacou Madureira.
Experiências internacionais – Convidado para palestrar no evento, o consultor e ex vice-presidente da Florida Power, Michael Spoor, compartilhou estratégias e iniciativas adotadas pelas distribuidoras de energia na costa leste dos Estados Unidos para o enfrentamento de furacões como Katrina, Frances, Jeanne e diversos outros que atingiram a região desde o início dos anos 2000.
Com uma longa passagem pelo Ofgem, órgão regulador do setor elétrico no Reino Unido, Grant McEachran, da S&C Electric Company, dividiu experiências de tratamento de questões regulatórias em outros países frente aos eventos climáticos severos. Participaram ainda dos debates a Diretora de Programa da Secretaria Executiva Ministério de Minas e Energia, Isabela Sales Vieira, o CEO do Grupo Energisa, Ricardo Botelho e os professores Nivalde de Castro, coordenador do Grupo de Estudos do Setor Elétrico (Gesel/UFRJ), que atualmente é responsável pelo fascículo Transição Energética e ESG, da Revista O Setor Elétrico, e Walmir Freitas, da Unicamp.
Em outro painel, que tratou sobre os desafios climáticos no contexto de centros urbanos, estiveram presentes Pedro Regoto de Souza, do Climatempo, Sérgio Brazolin, do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas), Rose Hofmann, ex-diretora do PPI (Programa de Parceria de Investimentos) e sócia da Delta Infra, e Solange Ribeiro, vice-presidente de Regulação, Institucional e Sustentabilidade da Neoenergia (mediadora).