Inspeção, ensaio, documentação e manutenção da proteção contra surtos

Edição 114 – Julho 2015
Por Jobson Modena

Os itens 9.3 e 9.4 da parte 4 – Sistemas elétricos e eletrônicos internos na estrutura, da ABNT NBR 5419:2015 – tratam, respectivamente, de inspeção e manutenção das MPSs – Medidas de Proteção contra Surtos, devendo complementar a documentação requerida na seção 7 da parte 3, relacionada à manutenção, inspeção e documentação de um SPDA completando a documentação da Proteção contra Descargas Atmosféricas – PDA.

Deve ser verificado se as MPSs estão de acordo com o projeto, se são capazes de atender às funções determinadas no projeto e se qualquer nova medida de proteção está adicionada corretamente àquelas existentes.

Quando inspecionar?

– Durante a instalação e após a instalação das MPSs para confecção e fornecimento do projeto “as built”;

– Periodicamente, considerando o ambiente local, como a existência de atmosfera ou solo corrosivos e o tipo das medidas de proteção empregadas;

– Após qualquer mudança relevante de componentes ou instalações que alterem as MPSs inicialmente projetadas;

– Após a incidência direta de uma descarga atmosférica na estrutura (por exemplo, quando indicado por um contador de descargas atmosféricas, quando testemunhada visualmente ou quando observada a evidência de um dano na estrutura causado por uma descarga atmosférica).

Como inspecionar?

Verificar se a documentação técnica está em conformidade com a parte 4 e em inspeção visual comparar a documentação com a instalação, detectando eventuais discrepâncias. Além disso, conferir se a há insuficiências que possam interferir no bom funcionamento das MPSs, tais como:

– Existência de maus contatos entre componentes, condutores e conexões;

– Comprometimento de parte do sistema devido à corrosão, principalmente ao nível do solo;

– Se os condutores de equipotencialização e blindagens dos cabos estão intactos e devidamente interligados;

– Se não existem acréscimos ou alterações que necessitam de medidas de proteção adicionais;

– Se não existe indicação de danos nos DPSs, e na proteção contra sobrecorrentes agregada;

– Se os roteamentos apropriados dos condutores e as distâncias de segurança estão conforme projeto;

Executar medição de continuidade elétrica nos elementos de equipotencialização e aterramento que não são visíveis.

As informações obtidas nas inspeções devem complementar a documentação da parte 3 com, no mínimo, a situação geral das MPSs. Qualquer alteração feita na instalação quando comparada a documentação das medidas originais e o resultado dos ensaios executados.

Após a inspeção, todos os problemas relacionados ao relatório, incluindo discrepâncias na documentação, devem ser corrigidos imediatamente.

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