A ISA CTEEP (Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista) deu início à operação comercial do primeiro projeto de armazenamento de energia em baterias em larga escala no sistema de transmissão brasileiro. A tecnologia está instalada na Subestação Registro (SP), também operada pela companhia.
Segundo a empresa, o projeto ocupa uma área de aproximadamente 5 mil m², o equivalente à metade de um campo de futebol. Ao todo, são 180 racks de baterias de lítio, que foram produzidas na China.
Os sistemas de baterias têm 30 MW de potência, são capazes de entregar energia de 60 MWh por duas horas e atuarão nos momentos de pico de consumo do Litoral Sul Paulista durante o verão, como um reforço à rede elétrica, assegurando fornecimento adicional.
Na prática, isso significa que a tecnologia evitará interrupções no fornecimento de energia devido ao excesso de demanda deste período. A companhia estima que cerca de dois milhões de pessoas serão diretamente beneficiadas. Além das baterias, o escopo do projeto traz ainda inversores, transformadores, softwares de gestão de energia e sistemas de automação, proteção e controle.
Benefícios ambientais
A solução, além de menos poluente, não causa o mesmo ruído dos geradores e elimina o transporte de diesel para manter o abastecimento contínuo dos equipamentos, o que também contribui para a descarbonização do sistema. Com isso, será evitada a emissão de 1.194 toneladas de Gases de Efeito Estufa (GEE) em dois anos da tecnologia em operação, além da realização de obras em áreas de preservação ambiental, como o Parque Estadual da Serra do Mar.
“Esse projeto nos permitiu desenvolver mais conhecimento e tecnologia e acreditamos, por seu pioneirismo, que será um grande laboratório para o setor. As baterias têm muito potencial para contribuir com a transição energética, que acontecerá de modo eficiente tendo a transmissão de energia como eixo central”, destaca Rui Chammas, diretor-presidente da ISA CTEEP.
Investimento
A companhia recebeu nesta segunda-feira (28) o Termo de Liberação Parcial (TLP), com pendências não impeditivas, e afirma que “fará jus ao recebimento de 90% da Receita Anual Permitida (RAP) de R$ 27 milhões”. Ao todo, o projeto contou com um investimento da ANEEL de R$ 146 milhões (ambos os valores são referentes a junho de 2021, conforme a Resolução Autorizativa 10.892/2021 da ANEEL).