Já começaram a chegar novos avisos do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) sobre os recordes de geração da temporada 2019. Estamos em plena safra dos ventos, o período do ano em que costumamos ter nossos melhores ventos, e que vai até novembro.
No dia 5 de agosto, uma segunda-feira, ocorreram os últimos recordes de geração eólica no Subsistema Nordeste, de acordo com o ONS. Na média diária, a energia dos ventos abasteceu 85% da demanda da região, com geração de 8.284MWmed e fator de capacidade de 72%. Nesse mesmo dia, foi registrada máxima diária de 9.632MW às 13h35, com fator de capacidade de 84%, atendendo a 93% da demanda do Nordeste. O Nordeste foi exportador de energia durante todo o dia.
E não é só no Nordeste que os recordes são registrados, já que a alta geração eólica desta época do ano tende a significar também um maior atendimento do Sistema Interligado Nacional (SIN). Afinal de contas, embora tenhamos cerca de 80% da capacidade instalada no Nordeste, o Sul do Brasil tem um capacidade instalada muito importante, sendo o Rio Grande do Sul o quarto Estado com mais parques eólicos no Brasil. No dia 21 de junho, por exemplo, a força dos ventos chegou a atender 15,34% da demanda do SIN, um recorde histórico, com um fator de capacidade médio de 64,73%.
Estamos batendo estes recordes porque, em primeiro lugar, estamos instalando cada vez mais parques. Há 10 anos, tínhamos pouco mais de 0,6GW instalados e estamos chegando neste segundo semestre de 2019 com 15,1GW de capacidade instalada em mais 600 parques e com 7.500 aerogeradores em operação.
E tem um outro fator importante: a qualidade de nossos ventos. Para produzir energia eólica, são necessários bons ventos: estáveis, com a intensidade certa e sem mudanças bruscas de velocidade ou de direção. O Brasil tem a sorte de ter uma quantidade enorme deste tipo de vento, o que explica em grande medida o sucesso da eólica no País nos últimos anos. Enquanto a média mundial do fator de capacidade está em cerca de 25%, o Fator de Capacidade médio brasileiro em 2018 foi de 42%, sendo que, no Nordeste, durante a temporada de safra dos ventos, que vai de junho a novembro, é bastante comum parques atingirem fatores de capacidade que passam dos 80% ou mesmo médias mensais de 60% em Estados do Nordeste.
Somos abençoados não apenas pela grande quantidade de vento, mas também pela sua qualidade. E nossa energia também é grande, porque seguimos lutando pela energia eólica, trabalhando com foco e instalando cada vez mais parques. E fazemos isso por um motivo muito simples: acreditamos que a energia eólica não é apenas uma boa escolha do ponto de vista de segurança do sistema e de competitividade, mas também porque é uma fonte de energia que respeita o meio ambiente, que traz benefícios sociais e ambientais concretos e que nos ajuda a lutar contra o aquecimento global. E todos estes são bons motivos para continuar trabalhando e batendo recordes.