MME recebe estudo para o desenvolvimento de eólicas offshore no Brasil

Documento elaborado pelo Grupo Banco Mundial, em parceria com a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), mostra que a energia eólica offshore pode gerar mais de 516 mil empregos até 2050

Ministério de Minas e Energia (MME) recebeu, nesta terça-feira (16/07), o estudo “Cenários para o Desenvolvimento de Eólica Offshore no Brasil”. O documento elaborado pelo Grupo Banco Mundial, em parceria com a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), avaliou três cenários de implementação desta fonte no Brasil. No cenário mais ambicioso mostra que a energia eólica offshore (no mar) pode gerar mais de 516 mil empregos até 2050 e trazer um valor agregado bruto de pelo menos R$900 bilhões para a economia brasileira. Ainda segundo o estudo, essa fonte de energia traz um potencial técnico superior a 1.200 gigawatts (GW), o que representa quatro vezes a capacidade instalada atual do país.

De acordo com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, o MME tem contribuído para o desenvolvimento desse setor, apoiando e debatendo a construção de um arcabouço legal e regulatório adequado para a atração de investimentos para o país, trazendo emprego e renda. “A geração de energia elétrica a partir da eólica offshore tem um grande potencial no Brasil. O relatório apresentado pelo Banco Mundial, elaborado em parceria com a EPE e o MME, apresenta-se como o principal estudo que as instituições poderão utilizar e aprofundará os debates do setor”, destaca.

A fonte de energia das eólicas offshore também é vista como um complemento vital a outras fontes renováveis, como a solar, eólica onshore (em terra) e biomassa. A integração dessas fontes pode ser estratégica para que o Brasil consiga zerar as emissões líquidas de carbono até 2050.

O secretário Nacional de Transição Energética e Planejamento do MME, Thiago Barral, pontua que o MME não tem ficado parado em relação ao tema de eólicas offshore. “Estamos mobilizando um grupo de trabalho com vários entes da administração federal para que a gente possa pactuar ou pelo menos chegar num consenso no que diz respeito à eólica, de maneira que cada instituição que tem um papel a cumprir possa se enxergar e compreender o que precisa fazer. Assim, vamos conseguir sincronizar as ações de cada um e construir um mapa do caminho para a aprovação do nosso marco legal”, acrescentou no debate.

Para Luis Andrés, líder do programa de Infraestrutura do Banco Mundial no Brasil, o Brasil é reconhecido mundialmente pela liderança em energia renovável e está agora diante de uma oportunidade única para expandir a matriz energética. “O planejamento e desenvolvimento cuidadoso de projetos de energia eólica offshore colocarão o país na vanguarda da transição energética global”, pontua.

Regiões de potencial offshore

O estudo divulgado nesta terça-feira aponta que grande parte do potencial eólico offshore do Brasil se encontra nas regiões Nordeste, Sudeste e Sul. Apesar dessa fonte ter, a princípio, uma vantagem competitiva por estar localizada próximo aos centros de demanda, a integração à rede elétrica também exigirá atenção. Por isso, de acordo com o consultor técnico da EPE, Gustavo Ponte, o estudo também traz uma visão de longo prazo baseada em cenários de inserção da fonte, avaliando os possíveis desafios e benefícios que poderão acompanhar o desenvolvimento desse mercado. “A análise aborda diversos aspectos importantes, complementando o Roadmap da EPE e fornecendo informações e perspectivas úteis tanto aos tomadores de decisão quanto aos desenvolvedores dos projetos”, analisa Ponte.

Para viabilizar o setor, são necessários, ainda, investimentos em infraestrutura portuária e logística, bem como uma colaboração efetiva entre os setores público e privado. O Brasil está em processo de definir o arcabouço legal para a energia eólica offshore com o Projeto de Lei 576/2021, atualmente em discussão no Senado. A aprovação deste projeto é um passo crucial para a organização de leilões para cessão de uso áreas marítimas, com o objetivo de permitir os primeiros parque operacionais.

Acesse aqui o resumo executivo do estudo.

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