Passamos recentemente pelas festas de fim de ano e, nesse período, as pessoas tradicionalmente se reúnem para celebrar. Independentemente de sua fé e religião, é comum as pessoas decorarem as casas e prédios, sempre muito bem iluminados.
Algumas cidades possuem ruas que capricham na decoração e se tornam pontos turísticos. A famosa avenida da maior cidade do país, a Av. Paulista, é um tradicional ponto de visita para as pessoas que querem ver os arranha-céus decorados e iluminados especialmente para este evento.
Não por acaso, a Av. Paulista, assim como outros pontos turísticos natalinos do Brasil, tem sua rede elétrica instalada de forma subterrânea. Assim, evita-se o ofuscamento da beleza da decoração, pois, não há interferência da rede elétrica, e, assim, os locais tornam-se muito mais bonitos e atrativos. Os milhares de pessoas que visitam a Av. Paulista para apreciar a decoração refletem o resultado da pesquisa AES-Datafolha 2012, que apontou que 87% da população concorda sobre a importância das redes elétricas subterrâneas para sua cidade.
Essa beleza, que muitos brasileiros buscam em viagens para a Europa, está disponível em uma parcela muito reduzida da rede elétrica brasileira. Segundo a Aneel, somente 2% da rede elétrica no Brasil está construída da forma subterrânea. Se o país contasse com uma parcela maior da rede elétrica enterrada, certamente, poderíamos ter um turismo mais intenso e, em especial, as decorações natalinas teriam maior destaque.
Além da beleza urbana, outro aspecto que ganha relevância na época do Natal, e também com a chegada do Carnaval, é a questão da segurança que a rede subterrânea oferece em relação à rede aérea.
A instalação da decoração e da iluminação nas fachadas das casas faz com que as pessoas se aproximem muito da rede elétrica instalada de forma aérea, o que se torna uma combinação extremamente perigosa.
Já falando do maior evento popular do mundo, “o carnaval do Brasil”, que oferece um risco ainda maior por suas dimensões e amplitude, pois são poucas cidades brasileiras que dispõem de local específico para a realização dos desfiles. Por este motivo, na maior parte dos casos, os blocos e carros alegóricos circulam pelas ruas, o que oferece o elevado risco da proximidade com a rede elétrica instalada de forma aérea.
Podemos notar que, nos últimos anos, as festas de carnaval, que eram tradicionalmente realizadas em clubes particulares, foram migrando para o carnaval de rua. E, nas ruas, o folião encontra uma rede elétrica nua e mortal, uma rede aérea quase parecendo aguardar o folião mais desatento e festivo para acabar com sua festa e sua vida.
Mesmo mantendo uma distância razoavelmente segura da alta tensão que percorre estes fios, o carnaval registra acidentes quando se faz a tradicional “chuva de papel picado”, utilizando papel metalizado. Essa cena fica muito bonita em função do brilho do papel, porém, essa beleza traz consigo um perigo enorme decorrente do fato de que este material conduz eletricidade.
As serpentinas arremessadas para o alto também podem oferecer perigo, dependendo do material utilizado em sua fabricação e que pode se agravar se estiver molhada.
Portanto, são muitos os riscos que cercam a comemoração dessas festividades. Para a população de uma forma geral, vale o conhecimento desses riscos para que as pessoas possam se precaver e, assim, curtirem as festas à vontade e com segurança.
Para os nossos governantes, #ficaadica para que se tivéssemos uma parcela maior da rede elétrica instalada de forma subterrânea, com certeza, a quantidade de acidentes seria menor e o país ainda ganharia com mais turismo, pois, as cidades teriam sua beleza urbana muito mais destacada.
Enquanto isso não acontece, vamos aproveitar as festividades tomando os cuidados devidos para que todos possam aproveitar sempre com muita segurança.
Uma resposta
A transformação da rede aérea em subterrânea, se for feita a mesma arquitetura atua (queima livre)l, apenas muda o problema que a população enfrentará, pois o risco passará a ser de incêndios e explosões, como já ressaltado pela revista em: https://issuu.com/revistaosetoreletrico/docs/ed-126_julho_2016/46