Durante jantar comemorativo de 20 anos da Associação, o recém-eleito presidente do conselho, Rogério Jorge, destacou a importância de uma energia mais barata para garantir o desenvolvimento da indústria no Brasil
Preservar a autoprodução de energia é vital para garantir a competitividade mínima de determinados setores da indústria no Brasil, e do ponto de vista regulatório, este permanece no topo dos desafios do segmento. Essa é a visão do recém-eleito presidente do Conselho da Associação Brasileira dos Investidores em Autoprodução de Energia (Abiape), Rogério Pereira Jorge, diretor de Energia da Companhia Brasileira de Alumínio (CBA), compartilhada durante o jantar comemorativo de 20 anos da Associação, na última quarta-feira, 4. A vice-presidência da Abiape segue com Rogério Pizeta, da empresa CSN.
Na mesma data, em reunião do conselho, a Abiape reconduziu Mário Menel a mais um mandato à frente da presidência executiva da entidade. Menel, que também preside o Fórum das Associações do Setor Elétrico (FASE) está à frente da entidade desde a sua criação e observa os avanços do setor ao longo dos últimos 20 anos, mas também destaca os atuais desafios enfrentados pelo SEB e o segmento de Autoprodução no Brasil. “Atualmente vivemos uma série de mudanças no ambiente regulatório, novos modelos de negócios, diversificação de tecnologias e players que nos coloca em uma situação em que é fundamental rever a governança do setor elétrico. Só será possível avançar com a transição energética, se fizermos o quanto antes os diversos ajustes necessários e que só se acumulam a cada ano”, alertou Menel.
Para Rogério Pereira, a prioridade em sua jornada como presidente do conselho será seguir em defesa da autoprodução e dos recursos privados investidos. “É preciso capturar o retorno desse investimento e assegurar a competitividade do país”, reforça.
Segundo ele, uma das prioridades para o país é garantir um custo de energia acessível para todos os consumidores, sejam residenciais ou grandes indústrias e, nesse contexto, as contrapartidas pelos investimentos feitos para autoprodução é essencial. “A ‘não incidência’ sobre a autoprodução de determinados encargos setoriais específicos é uma ferramenta crucial para garantir a competitividade global do país”, afirmou Rogério.
O jantar de comemoração dos 20 anos da Abiape contou com a presença de todos os associados e do Deputado Federal Arnaldo Jardim. “Os autoprodutores de energia são responsáveis por uma parcela muito significativa da expansão da capacidade de produção do nosso setor de energia elétrica. E a Abiape foi além disso, defendeu seu segmento, além de contribuir de forma decisiva nas grandes discussões que ocorreram no setor elétrico”, disse.
Ele ressaltou ainda o papel da entidade nas transformações pelas quais o setor passou nas últimas duas décadas. “A Abiape desempenhou um papel essencial no setor elétrico, especialmente como conciliadora em momentos difíceis. Com a emergência do mercado livre, o crescimento das fontes descentralizadas de energia e a adoção de novas tecnologias como inteligência artificial e digitalização no planejamento, a associação foi a protagonista dessas transformações, colaborando com outras entidades do setor”.
Otávio Carneiro de Rezende, primeiro presidente do conselho da entidade, conta que a Abiape surgiu da necessidade de interlocução entre empresas que decidiram investir na autoprodução e o governo. “Essas empresas, ao investirem em geração própria, enfrentaram dificuldades em lidar com questões regulatórias e burocráticas. Então, decidimos criar uma associação, a Abiape, para estabelecer um canal de diálogo com o governo, mostrando como transformar os investimentos em autoprodução em algo mais viável e atrativo para o capital privado”.