Analisando-se aos olhos das normas técnicas de construção de conjuntos de manobra e controle em alta e baixa tensão, as NBR IEC 62271-200 e NBR IEC 61439-1, além das normas de instalações elétricas de alta e baixa tensão, as NBR 14039 e NBR 5410, temos muitas recomendações sobre conexões, métodos de realização, verificação e manutenção dessas que são, sem sombra de dúvida, uma das maiores causas de falhas em conjuntos de manobra de alta e baixa tensão. Vamos analisar sob três pontos de vista: equipamentos novos em fábrica, equipamentos novos em campo e equipamentos sob manutenção preventiva ou corretiva.
Quando uma instalação nova, uma reforma ou uma ampliação de uma instalação existente exige a aquisição de um conjunto de manobra e controle de alta ou de baixa tensão, isso requer que este equipamento seja construído segundo as últimas versões das normas de construção aplicáveis. Dessa forma, entende-se que, adquirindo-se um equipamento de um fabricante idôneo e conhecedor das boas práticas de engenharia, os parafusos e outros métodos de aperto dos contatos elétricos desse conjunto receberão especial atenção quanto ao aperto dessas conexões, segundo as recomendações e padrões do próprio fabricante. Durante a inspeção e ensaios de rotina, todas essas conexões são verificadas e certificadas. A partir daí, temos uma questão muito importante: o transporte!
Os conjuntos podem ser transportados completamente montados ou separados em módulos de transporte. Quando esses conjuntos são colocados em seus locais definitivos de instalação, necessariamente, precisam ser reapertados completamente, independente se foram transportados montados ou separados. Essa é uma questão bastante negligenciada nas instalações, visto que se presume que, como o painel acaba de ser verificado em fábrica, não é necessário reapertar aquilo que não foi desmontado para transporte, o que configura um ledo engano!
Independentemente da qualidade das nossas entradas, o que, por óbvio, não configura uma vantagem, é absolutamente necessário o reaperto geral de todas as conexões, pois um único ponto de contato negligenciado neste momento poderá ser o algoz de um ponto de aquecimento anormal, fonte de calor e de degradação dielétrica, que evoluirá para uma falência do isolante. Vencida a etapa da instalação – onde minha recomendação já é clara acima, de que todas as conexões devem, obrigatoriamente, ser reapertadas quando o quadro é instalado em sua localização definitiva –, também é absolutamente necessário o estabelecimento de um plano de manutenção preventiva onde, periodicamente, deverão ser reapertadas as conexões. Segundo a cláusula 8 da NBR 5410, por exemplo, a periodicidade das manutenções deve ser adequada a cada tipo da instalação.
Assim sendo, a periodicidade deve ser tanto menor quanto maior a complexidade da instalação, seja pela quantidade ou pela diversidade de equipamentos. Dessa forma, os conjuntos de manobra precisam ser verificados em sua estrutura, componentes, equipamentos móveis etc. Uma cláusula específica dos condutores também é prevista na mesma norma, que é a 8.3.1, que recomenda expressamente a inspeção do estado da isolação dos condutores e de seus elementos de conexão, fixação e suportes, com vista a detectar sinais de aquecimento excessivo, rachaduras e ressecamentos, verificando-se se a fixação, identificação e limpeza se encontram em boas condições. Portanto, o aperto é importante, mas o reaperto é essencial!!! Boa leitura!