Edição 113 – Junho 2015
Por Jobson Modena
O primeiro evento do sexto ano da série ocorreu em Joinville e merece o destaque especial dado pela revista O Setor Elétrico, pois estava recheado de novidades que certamente renderão muitas páginas.
De nossa parte só podemos agradecer a todos os envolvidos e cumprir nossa promessa de responder a todas as perguntas que, por questão de tempo, não foram devidamente esclarecidas. São elas:
1 – Os órgãos estaduais e municipais, nessa ordem, continuam sendo os principais responsáveis pela definição da necessidade de instalação de qualquer tipo de proteção contra descargas atmosféricas. A ABNT NBR 5419:2015 tem, como sua antecessora, a função de padronizar o projeto, a instalação, as inspeções e a emissão de documentação. Apenas no caso de omissão dos órgãos públicos competentes a norma poderá ser alçada à categoria de documento magno;
2 – A emissão de documentação pertinente à PDA – proteção contra descargas atmosféricas deve ser realizada por profissional habilitado e com capacidade técnica para exercer essa atividade;
3 – A ABNT NBR 5419:2015 entrou em vigor a partir de 22.06.2015. Deverão ser adequados imediatamente todos os novos projetos e aqueles que ainda não foram executados. As instalações com base em projetos feitos segundo a versão anterior só deverão passar por algum tipo de intervenção para adequação no caso de haver modificação nelas que as descaracterize em relação ao projeto original. Cuidado: se não houver documentação que possibilite a comparação com os componentes instalados, mesmo para uma proteção terminada em maio de 2015, a adequação será inevitável;
4 – O aproveitamento das armaduras dos pilares e das vigas de amarração e de fundação continua valendo, desde que seja validada sua continuidade elétrica (comprovação documentada de firme conexão entre 50% de todas as emendas dos vergalhões que a componham ou a realização de ensaios descritos no anexo F da parte 3). O número de pilares que devem ser ligados ao subsistema de captação é igual ao resultado do cálculo realizado para o subsistema de descida convencional;
5 – A execução de aterramento pontual (com duas ou três hastes por descida) não é mais permitida sendo necessária a execução de, no mínimo, um anel no entorno da edificação. A novidade neste caso é a permissão para que até 20% do eletrodo de aterramento fique desenterrado, desde que sejam atendidas as medidas de proteção contra tensões superficiais que constam do capítulo 8 da parte 3;
6 – Os únicos métodos de cálculo para o subsistema de captação abordados no texto da norma e, consequentemente, válidos para proteção são: a) ângulo de proteção (Franklin); b) malhas (Gaiola de Faraday); e c) esfera rolante (Modelo eletrogeométrico). Quaisquer outros métodos não constam do texto normativo atual. Com essa medida, a comissão revisora procurou facilitar a pesquisa de novas tecnologias, porém, sem validá-las. Deve-se lembrar da proibição para a utilização dos captores radioativos, em vigor desde 1989;
7 – O número de condutores intermediários de interligação aumentou e tem o mesmo espaçamento que os condutores de descida, dependendo da classe (nível de proteção) adotada para o SPDA externo;
8 – A área da seção mínima do cabo de cobre no subsistema de descida, antes de 16 mm² passa a ser de 35 mm²;
9 – A utilização de alumínio cobreado só é permitida para os subsistemas de captação e descida, conforme a tabela 6 da parte 3. Alumínio cobreado IACS 64%:
– Arredondado maciço com área de seção mínima igual a 50 mm², diâmetro de 8 mm;
– Encordoado com área de seção mínima igual a 70 mm², diâmetro de cada fio da cordoalha de 3,6 mm.
Por fim, mas não menos importante, agradecemos a todos os colegas que estiveram em Joinville e que puderam tirar proveito do excelente evento lá realizado. Em setembro nos veremos em Recife. Até lá!