As histórias se repetem a cada necessidade de intervenção ou mesmo simples verificação ou consulta da documentação das instalações. Nem sempre as informações estão de acordo ao “conforme construído”. Cargas são modificadas, proteções e circuitos readequados, leiautes que mudam, obrigando as instalações a serem também readequadas, e tudo fica na memória de quem executou estas mudanças sem documentação ou em algum rascunho perdido em alguma gaveta.
Quando alguma intervenção de emergência deve ser feita, a “coisa” fica complicada e erros grosseiros são cometidos. As questões aqui colocadas estão relacionadas à necessidade de manter o projeto da edificação em geral e das instalações em particular como um organismo vivo que deve acompanhar a própria operação e manutenção das instalações. Os documentos devem estar prontos, arquivados em locais bem definidos em claros procedimentos e, sobretudo, serem velhos conhecidos dos responsáveis das instalações sejam prediais ou industriais.
A velocidade do avanço tecnológico, de ocupação e de produção requerem das instalações associadas a prática de “retrofits” cada vez mais frequentes e, por consequência, documentação técnica atualizada. Normas como a NR-10, NBR5410 e outras aplicáveis recomendam fortemente estas necessidades. Juntam-se a isso os documentos relativos aos equipamentos das plantas, como transformadores, geradores, filtros, distribuição de circuitos e painéis de distribuição. A aparente prorrogação de despesas operacionais que não priorizam ou mesmo negligenciam estas necessidades pode incorrer em pesadas perdas financeiras relacionadas a paradas não previstas, dificuldades para soluções de problemas e mesmo aspectos de segurança.
A reflexão do tema requer das equipes de “facilities” e gestão de manutenção ações de redução destes riscos. Projetos devem viver fora das gavetas nas mãos dos operadores e com dinâmica de atualização automática. Não há atualização tecnológica de processos dissociada da atualização dos projetos de instalações que devem sofrer intervenções simultaneamente. As ferramentas de gestão de documentos existentes devido ao avanço da tecnologia de informação contrastam com as caixas mofadas de plantas heliográficas que inundam os subsolos de nossas edificações