Padronizações de informações

Edição 72 / Janeiro de 2012
Por Juliana Iwashita

Enfim, os profissionais de iluminação ganharam um importante documento para padronização de seus serviços. No último mês de dezembro, foi lançado o primeiro Manual de escopo de projetos e serviços de luminotécnica. Elaborado pela Associação Brasileira de Arquitetos de Iluminação (AsBAI), pelo SECOVI SP, pelo SindusCon SP e pelo SindInstalação, o manual pode ser obtido gratuitamente em http://www.manuaisdeescopo.com.br.

 

O documento traz uma sequência de serviços, organizados em fases conforme as diferentes etapas do projeto e construção – da concepção do produto à pós-entrega da obra. Explicita os diversos tipos de serviços: essenciais (aqueles serviços presentes em qualquer tipo ou porte de empreendimento), específicos (vinculados às características do empreendimento em questão) e opcionais (aqueles que o contratante entende como convenientes e que não estejam enquadrados nos outros dois tipos), descrevendo a atividade, indicando os dados necessários para execução e definindo os produtos a serem gerados em cada fase.

O manual define ainda as responsabilidades, direitos e deveres do autor do projeto luminotécnico, visando a valorizar a profissão, que nos últimos anos vem ganhando cada vez mais profissionais em função da existência de vários cursos de especialização e MBA. Contudo, ainda faltam definições mais claras a serem feitas no setor de iluminação, como a definição de uma tabela de preços para projetos luminotécnicos.

Fora isso, uma lacuna muito maior deve ser destacada quanto às informações fotométricas disponibilizadas no mercado. A inexistência de dados fotométricos de muitos fabricantes de luminárias e a não padronização de informações daqueles que as informam geram dificuldades aos projetistas de iluminação durante o projeto.

Isso se deve à inexistência de compulsoriedade para ensaios de luminárias e à falta de padronização de ensaios fotométricos. Dados como curva de distribuição luminosa, rendimento, controle de ofuscamento, fator de utilização, fluxo zonal ou arquivos fotométricos em padrão IES ou EULUMDATA utilizados em softwares de cálculo luminotécnico são fornecidos por poucos fabricantes.

Isso faz a correta análise do desempenho por parte dos projetistas ser comprometida em projetos de eficiência energética ou projetos que visem certificações de sustentabilidade, em que a veracidade dos dados fotométricos é fundamental para a obtenção de resultados.

Assim, muito ainda tem que se evoluir o mercado de iluminação. Seja por meio de normalizações, seja na cobrança de dados e padronizações para que sejam asseguradas condições de desempenho e segurança das instalações de iluminação.

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