Redução da demanda por energia elétrica por conta do baixo crescimento econômico diminui expectativa de crescimento dos mercados de geração, transmissão e distribuição.
Edição 136 – Maio de 2017
A crise econômica afeta todos os setores, especialmente, o da infraestrutura. A baixa expectativa de crescimento econômico afugenta os investidores e freia aportes em grandes projetos com receio de que fiquem ociosos, já que o aumento da demanda por energia elétrica depende do crescimento do país. Em geração, por exemplo, é esperada a realização de apenas um leilão de energia reserva neste ano, em função da queda da demanda de energia no ano passado e das perspectivas menos otimistas para este ano. Com isso, do ponto de vista dos fabricantes de produtos para este segmento, sem novas usinas a serem construídas, espera-se um período de baixas encomendas, situação que pode permanecer estagnada pelos próximos três anos.
O diagnóstico é da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), em sondagem conjuntural realizada com seus associados em abril deste ano.
Para o segmento da transmissão, a situação parece um pouco melhor. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) realizou, em abril deste ano, um leilão de transmissão, em que foram arrematados 31 dos 35 lotes licitados. Das linhas de transmissão leiloadas, 93% foram arrematadas, totalizando 7.068 quilômetros de extensão. As subestações foram 100% assumidas. A transmissão já foi considerada um grande problema para a ligação de usinas já em operação ao sistema, especialmente, as eólicas. Por este motivo, este é um mercado com melhor perspectiva de resultados positivos para este ano de 2017.
Na distribuição, segundo a Abinee, nos primeiros meses deste ano verificou-se que os investimentos continuam parados, o que demonstra que este cenário não deve apresentar alterações significativas no primeiro semestre de 2017. A queda da demanda também inibiu investimentos das concessionárias.
Em pesquisa realizada pela revista O Setor Elétrico, fabricantes e distribuidores de equipamentos para transmissão e distribuição mostraram-se céticos com relação ao futuro próximo do setor. Se, no mesmo levantamento do ano anterior, as empresas planejavam crescer 7% em 2016, a realidade (constatada no estudo deste ano) foi bem diferente. Na média, as empresas cresceram apenas 3% no ano passado na comparação com 2015. No entanto, esperam melhores resultados para este ano de 2017, devendo chegar à média de 6% até o fim do ano.
Segundo as pesquisadas, diversos fatores explicam a conjuntura pouco otimista, como desaceleração da economia brasileira, cenário político desfavorável e falta de confiança dos investidores.
Para os entrevistados, as incertezas que assolam o país prejudicam a tomada de decisões e adiam investimentos, no entanto, boa parte das empresas consultadas acredita em uma retomada da economia, ainda que a passos lentos.
Confira, a seguir, a pesquisa na íntegra, com dados de mercado e informações sobre as companhias que participaram do levantamento, como produtos e serviços oferecidos.