Pontos de desvio em um projeto ou instalação de uma PDA

Edição 124 – Maio de 2016
Espaço 5419
Por José Barbosa*

 

Um bom projeto e uma boa instalação da Proteção contra Descargas Atmosféricas (PDA) passa necessariamente por atender a todas as exigências mínimas da ABNT NBR 5419:2015. Há os requisitos de destaque na norma, como as medidas dos módulos da malha de captação, as distâncias entre os condutores de descidas e a quantidade de eletrodo de aterramento. Porém, há pontos importantes que podem passar despercebidos em um projeto ou instalação da PDA. Vejam alguns:

1 – Seção do condutor que liga o subsistema de descida ao eletrodo de aterramento

 

A ABNT NBR 5419:2015 define uma seção menor para o subsistema de descida do que o de aterramento. Por exemplo, no caso do cobre, a seção do condutor de descida pode ser de 35 mm2, mas o de aterramento deverá ser, no mínimo, de 50 mm2. Mas, há um trecho que liga a descida ao aterramento (o rabicho de aterramento) que deverá ter a mesma seção do condutor do eletrodo de aterramento. A ABNT NBR 5419:2015 exige que todo condutor em contato com o solo e sem proteção compatível deva ter a seção do condutor do eletrodo de aterramento. Uma prática interessante é aproveitar o conector de ensaio exigido pela NBR5419:2015 e fazer a transição das seções. A recomendação é que este conector seja instalado a 1,5 metro de altura. Até ele, no caso do cobre, utiliza a seção de 35 mm2 e, após, trocar a seção para 50mm2


Figura 1 – Transição da descida para o aterramento.

 

2 – Atendimento da distância de segurança

 

A distância de segurança é o afastamento necessário entre o subsistema de captação ou de descida e as partes metálicas estruturais, instalações metálicas, portas, janelas e sistemas internos da instalação, a fim de criar isolação suficiente e assim minimizar a possibilidade de centelhamento. Nos projetos e instalações de SPDA, o atendimento da distância de segurança para as condições mencionadas deve ser observado. Manter descidas afastadas suficientemente de portas e janelas, tubulações de gás, equipamentos instalados nas fachadas, por exemplo, é fundamental. Esta distância não é fixa, pois dependerá de vários fatores e características, sendo necessário, assim, calcular o valor para cada caso. A ABNT NBR 5419:2015, principalmente no anexo C da parte 3, apresenta a estrutura deste cálculo.

 

3 – Equipotencialização das linhas de energia e de sinal

 

As atenções nos projetos e instalações de PDA geralmente concentram-se nos subsistemas de captação, descida e aterramento. A equipotencialização, não menos importante, acaba sendo negligenciada pela dificuldade conceitual e culmina na implementação das medidas necessárias, principalmente, quando se trata de Medidas de Proteção contra Surtos (MPS), da equipotencialização das linhas elétricas de energia e sinal. A ABNT NBR 5419:2015 exige a interligação das linhas de energia (fases e neutro) e de sinal, através de Dispositivos de Proteção contra Surtos (DPS), ao barramento de equipotencialização mais próximo. Esta medida irá minimizar a ocorrência de choque e incêndios, principais causadores de perdas de vida humana, na ocorrência de uma descarga atmosférica. 


Figura 2 – Exemplo de equipotencialização.
 

4 – Conexão de todos os pilares metálicos à solução de aterramento

 

Edificações com coberturas e pilares com estrutura metálica podem ter estes elementos, desde que compatíveis com as exigências normativas, como elementos naturais dos subsistemas de captação e de descida. É uma grande vantagem do ponto de vista de desempenho do sistema, da redução dos custos de implantação e manutenção, e estético. Uma vez utilizando os elementos metálicos como captores e descidas naturais, necessariamente, devem-se interligar todos os pilares metálicos em nossa solução de aterramento, natural, através das armaduras de aço das fundações ou convencional, por meio de condutores.


*José Barbosa de Oliveira é engenheiro eletricista e membro da comissão de estudos CE 03:64.10, do CB-3 da ABNT

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2 respostas

  1. Fui ingormado que algumas concessionárias de energia elétrica não permitem que se tenha o aterramento interno de instalações residenciais (terra de tomadas) interligado na mesma haste cobrada principal que aterra o neutro que vem da rua e segue para o interior do imóvel; exigindo assim, que seja colocada uma segunda haste para tal aterramento. Isto não vai contra a norma ABNT NBR5419, mesmo se houver DPS? E no caso de instalações residenciais que não têm DPS, que é a grande maioria das intalações residenciais mais antigas; não é o caso de surgir ddp entre a haste principal a entrada da rede e a 2° haste (terra -PE) em caso de sobre tensão na linha?

    1. Não acredito que uma concessionária de energia não permita a interligação do aterramento do seu cliente com o seu, pois é uma medida fundamental em configurações de aterramento TN.

      Att.

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