Edição 85 – Fevereiro 2013
Por João José Barrico Souza
Gostaria de aproveitar este espaço para discutir e trazer aos leitores dúvidas, novidades de segurança com eletricidade, boas práticas aplicadas por colegas e por empresas preocupadas com a sua responsabilidade.
Ocorre, no entanto, que nos parece que “a bruxa está solta” como se diz nos meios aeronáuticos quando os acidentes aéreos se tornam frequentes. Pois é o que temos observado. Se não bastasse a intensa atividade ceráunica, que faz de nossa terra o “para-raios do universo”, temos observado grande número de acidentes com eletricidade, quer seja em ambiente de trabalho, quer seja em ambiente doméstico, com trabalhadores e com usuários de eletricidade.
Assim, tomo a liberdade de voltar a um tema já comentado há cerca de três anos nesta coluna e comentar novamente sobre a importância de se estabelecer um programa de segurança elétrico.
Certamente, esse programa atenderia nas empresas muito do que estabelece a NR 10 em termos de treinamento continuado, mas por certo poderia levar aos lares, e, mesmo por meio de leigos, as mínimas noções para respeito e conscientização com as potencialidades da eletricidade e, com isso, buscarmos a redução das ocorrências danosas.
Por que não também por meio das escolas?
Acidentes poderiam ser evitados apenas com mais conscientização e com mínimas precauções e práticas seguras, simplesmente estabelecendo um programa de segurança elétrico. É evidente que um programa de segurança com o uso de eletricidade, dentro das empresas, ultrapassa as atividades dos eletricistas, já que estes são pessoas autorizadas e que conhecem bastante o assunto, como prevê a NR 10.
Ao estabelecer um programa de segurança elétrica, e tendo a certeza de que os colaboradores, todos, seguem o programa, fazendo a parte que lhes cabe, isso pode significar “vantagem no jogo” contra dano acidental ou morte devido a incidentes elétricos.
As razões que justificam o desenvolvimento e a implementação de um programa de segurança elétrica são muitas e bastante conhecidas. Passam pelas exigências legais, direito dos trabalhadores, obrigação dos empregadores, vantagens da maior produtividade, certificações , endomarketing e muito mais.
Um programa de segurança elétrica precisa considerar alguns objetivos bastante claros:
O objetivo do programa de segurança elétrica deve ser direcionado para todos os funcionários, assim como para os contratados e para os visitantes. Isso implica a possibilidade de incluir assuntos de eletricidade nas palestras de integração, mesmo para visitantes.
Todos devem conhecer a existência do programa e estar familiarizados com os tópicos referentes ao seu trabalho e às suas tarefas em especial.
O programa deve conter políticas, exigências, responsabilidades e orientações gerais. Especificações e detalhes podem estar em documentos anexos , como os procedimentos operacionais aos quais o programa pode simplesmente fazer referência.
O tamanho do programa depende do porte da empresa, tanto quanto da quantidade e da complexidade das instalações e do número de pessoas envolvidas. O programa deve ser simples e fácil para que todos o entendam e, simultaneamente, deve atender às necessidades do estabelecimento, considerando as características dos locais e as peculiaridades das instalações.
Fica absolutamente claro que esse programa, ainda que não compulsório, integra-se perfeitamente no prontuário das instalações elétricas, mencionado na NR 10 – especialmente no item 10.2.2.
A divulgação e a integração de familiares dos colaboradores, sem dúvida, levarão à necessária noção de respeito e conscientização quanto aos riscos elétricos.