Rede Favela Sustentável apresenta estudo sobre eficiência energética nas comunidades durante reunião na ANEEL
Na última segunda-feira (27), a Rede Favela Sustentável (RFS), idealizada e gerenciada pela Comunidades Catalisadoras (ComCat), apresentou para a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) o resultado do estudo “Eficiência Energética nas Favelas”. A pesquisa, realizada em 2023, delimitou o perfil de consumo e os impactos da eficiência energética por meio de entrevistas com famílias que moram em 15 comunidades da região metropolitana do Rio de Janeiro. A pesquisa é resultado do curso ‘Pesquisando e Monitorando a Justiça Energética e Hídrica nas Favelas’, realizado pela RFS e pelo Painel Unificador de Favelas (PUF).
O estudo trata da pobreza energética em áreas urbanas do Rio de Janeiro, considerando as especificidades e desafios de cada comunidade, analisa questões relacionadas ao acesso à energia elétrica e qualidade do fornecimento, à quantidade de famílias que tem direito à Tarifa Social de Energia Elétrica e à eficiência energética nas favelas, com destaque para a geração distribuída de interesse social. O objetivo é proporcionar autonomia e sustentabilidade às comunidades.
Durante a reunião, foi destacado o trabalho da ANEEL nos últimos anos em prol da eficiência energética, já que ao longo desses últimos 14 anos foram cerca de R$ 8 bilhões investidos no setor elétrico para a eficiência, sendo que quase 50% dos recursos foram direcionados aos consumidores de baixa renda. Também houve desenvolvimento de pesquisas sobre o tema e projetos no âmbito educacional, como a Olimpíada Nacional de Eficiência Energética, para incentivar os alunos a consumir energia elétrica de forma eficiente.
Durante o evento, a delegação da RFS, formada por 19 mobilizadores de favelas e sete aliados técnicos, apresentou exemplos vividos pelos moradores e pesquisadores do coletivo, além de soluções desenvolvidas por mobilizadores locais, como projetos com energia solar, teto verde e biossistema.
Perfil do consumo dos moradores das comunidades do Rio de Janeiro
Para a elaboração do estudo, foram entrevistadas cerca de 1.156 famílias sobre a relação da energia com a pobreza e a desigualdade social. Estima-se que 55% das pessoas entrevistadas para a pesquisa vivem abaixo da linha da pobreza e 31% foram consideradas em situação de pobreza energética, já que boa parte do orçamento familiar fica comprometido com o pagamento da conta de luz. Além disso, 68,7% dos entrevistados disseram não conhecer a Tarifa Social, sendo que 59,55% atendem ao critério de renda para ter acesso ao benefício.